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MP oferece denúncia contra Renê Júnior, assassino do gari Laudemir, e determina multa

Se condenado, Renê terá que pagar multa de pelo menos R$ 150 mil reais à família da vítima

Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, foi preso em uma academia horas após o crime

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ofereceu, nesta quinta-feira (11), denúncia contra Renê da Silva Nogueira Júnior, assassino confesso do gari Laudemir de Souza Fernandes, morto há exatamente um mês, no dia 11 de agosto, enquanto trabalhava no bairro Vista Alegre, Região Oeste de Belo Horizonte.

A decisão ainda fixou multa mínima de R$ 150 mil a título de reparação dos danos morais e materiais sofridos pelos familiares da vítima, em caso de condenação.

No texto, o promotor de Justiça, Claudio Maia de Barros, aponta que os atos de Renê Júnior evidenciaram “seu notório desprezo pelos trabalhadores que ali exerciam digna e relevante atividade, impedido, destarte, por inequívoco motivo fútil”.

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Além disso, foi destacado que Renê “tentou inovar, artificiosamente e para fins de produzir efeito em processo penal ainda que não iniciado, o estado de coisa, com o nítido propósito de induzir a erro o juiz ou o perito”.

Também foi citado o fato do homem ter solicitado a sua esposa, a delegada da Polícia Civil, Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, que entregasse aos investigadores uma arma diferente da utilizada no crime, porém ela não acatou ao pedido.

Foram adicionados os agravantes motivo fútil, perigo comum (pois ele atirou em via pública, residencial e movimentada) e recurso que dificultou a defesa da vítima.

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Leia a conclusão da denúncia

Assim agindo, o denunciado praticou a dinâmica delituosa tipificada no art. 121, § 2º, incisos II (motivo fútil), III (perigo comum) e IV (recurso que dificultou a defesa da vítima), do Código Penal, art. 14, da Lei 10.826/2003, art. 147, caput e art. 347, parágrafo único, c/c art. 14, inciso II, do Código Penal, na forma do art. 69, do estatuto penal repressivo.

Requer o Ministério Público o recebimento da presente denúncia, a citação do acusado para apresentar resposta, nos termos do art. 406, e seguintes, do Código de Processo Penal, procedendo-se, após, à oitiva das testemunhas abaixo arroladas e ao interrogatório do réu, para que, ao final, seja o acusado pronunciado nos termos ora formulados e submetido a julgamento perante o Egrégio Tribunal do Júri, onde se espera seja condenado.

Sobrevindo a condenação do réu, o Ministério Público, com fundamento no art. 387, IV, do Código de Processo Penal, requer seja fixado valor mínimo a título de reparação dos danos morais e materiais sofridos pelos familiares da vítima, em quantia a ser arbitrada por este juízo, em valor não inferior a R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais).

Leia o especial ‘Um mês sem Laudemir':

O crime

Laudemir de Souza Fernandes foi morto com um tiro no abdômen na manhã do dia 11 de agosto, no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte. A vítima chegou a ser socorrida por populares, mas não resistiu.

A vítima trabalhava na coleta de lixo quando Renê Júnior, que dirigia um BYD de cor cinza, que seguia no sentido contrário, se irritou, alegando que o veículo atrapalhava o trânsito.

Armado, Renê apontou a arma para a motorista do caminhão e ameaçou atirar no rosto dela. Ele seguiu, passou pelo caminhão, desceu do carro com a arma em punho, deixou o carregador cair, o recolocou e atirou contra o gari.

A bala atingiu a região das costelas do lado direito, atravessou o corpo e se alojou no antebraço esquerdo. Renê foi preso horas depois, ao chegar à uma academia de alto padrão na Região Oeste de BH.

Saiba tudo sobre o caso:

Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.
Maic Costa é jornalista, formado pela UFOP em 2019 e um filho do interior de Minas Gerais. Atuou em diversos veículos, especialmente nas editorias de cidades e esportes, mas com trabalhos também em política, alimentação, cultura e entretenimento. Agraciado com o Prêmio Amagis de Jornalismo, em 2022. Atualmente é repórter de cidades na Itatiaia.