A Justiça
Segundo Damasceno, o homicídio considerado duplamente qualificado e hediondo ocorreu em plena luz do dia, por motivo fútil, após uma breve interrupção no trânsito. Renê foi citado como “frio e violento”.
A decisão destaca que o acusado agiu de forma deliberada: “deixou o carregador da pistola cair, abaixou-se para pegá-lo, recolocou-o na arma e efetuou o disparo, evidenciando que não se tratou de um ato impulsivo. Antes do crime, ele também teria apontado a arma para outra motorista, ameaçando atirar caso ela encostasse em seu carro”, diz, segundo a ata da audiência.
O mandado de prisão preventiva foi com o prazo de 20 anos. Ainda na ata, o juiz afirma que, segundo relato, o suspeito usa medicamento controlado. Por isso, determinou também que a unidade prisional forneça a Renê atendimento médico e medicamentos. Proibiu, ainda, fotografias dele dentro do presídio.
Entre os motivos para manutenção da prisão de Renê, o magistrado menciona o histórico do suspeito e sua “personalidade violenta”, já que existe uma ação penal contra ele, por lesão corporal grave, em São Paulo.
Outra justificativa foi a “periculosidade acentuada e um total desrespeito pela vida humana” na ocasião do crime, o que, segundo a ata “abala profundamente a tranquilidade social e gera um sentimento de insegurança na comunidade.”
O juiz
Ex-mulher de Renê já o denunciou por agressão a vassouradas no RJ
Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, preso por suspeita de
Em um desses registros, de 2003, Renê agrediu a ex-esposa com duas vassouradas. Ela, mãe do único filho do empresário carioca, declarou que o relacionamento durou mais de três anos, mas que o casal chegou a terminar (mas morando na mesma casa) por um ano e meio devido a diversas discussões. No dia da ocorrência, durante uma briga, Renê teria desferido uma vassourada no braço direito e outra na perna direita da mulher, além de empurrá-la. A reportagem entrou em contato com as polícias civis do Rio de Janeiro e de São Paulo e aguarda retorno.
O crime em BH
O assassinato de Laudemir Fernandes ocorreu na segunda-feira (11), no bairro Vista Alegre, na região Oeste da capital mineira. Segundo testemunhas, o crime começou quando Renê Júnior se irritou porque o caminhão de lixo, que estava em serviço, ocupava parte da rua e atrapalhava sua passagem. O empresário teria ameaçado os trabalhadores, começando pela motorista do veículo.
Ivanildo Lopes, sócio-proprietário da empresa de limpeza urbana, disse que a motorista contou que a rua era larga, encostou o caminhão e pediu para o motorista do BYD passar, mas ele sacou um revólver, colocou no rosto dela e afirmou que, se encostasse no carro, mataria todos.
O empresário relatou que, mesmo após os garis pedirem para que o homem não atirasse, o suspeito saiu do veículo e atirou no abdômen de Laudemir, que chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital.
Ele disse que colocou advogados da empresa à disposição e negou que tenha havido briga de trânsito. Segundo ele, Laudemir tentou acalmar a situação e a motorista do caminhão é uma pessoa tranquila e conhecida na região.