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Gari morto em BH: ‘periculosidade’ de suspeito foi crucial para mantê-lo preso; juiz lista motivos

Juiz cita crime por “motivo fútil” e histórico de violência de Renê da Silva Nogueira Júnior, principal suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, em BH

Gari morto em BH: ‘periculosidade’ de suspeito foi crucial para mantê-lo preso; juiz lista motivos

A Justiça converteu em preventiva a prisão de Renê da Silva Nogueira Júnior, suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, em Belo Horizonte. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (13), pelo juiz Leonardo Damasceno, durante audiência de custódia. Confira, abaixo, os principais pontos levantados pelo magistrado durante a sessão:

Segundo Damasceno, o homicídio considerado duplamente qualificado e hediondo ocorreu em plena luz do dia, por motivo fútil, após uma breve interrupção no trânsito. Renê foi citado como “frio e violento”.

A decisão destaca que o acusado agiu de forma deliberada: “deixou o carregador da pistola cair, abaixou-se para pegá-lo, recolocou-o na arma e efetuou o disparo, evidenciando que não se tratou de um ato impulsivo. Antes do crime, ele também teria apontado a arma para outra motorista, ameaçando atirar caso ela encostasse em seu carro”, diz, segundo a ata da audiência.

O mandado de prisão preventiva foi com o prazo de 20 anos. Ainda na ata, o juiz afirma que, segundo relato, o suspeito usa medicamento controlado. Por isso, determinou também que a unidade prisional forneça a Renê atendimento médico e medicamentos. Proibiu, ainda, fotografias dele dentro do presídio.

Entre os motivos para manutenção da prisão de Renê, o magistrado menciona o histórico do suspeito e sua “personalidade violenta”, já que existe uma ação penal contra ele, por lesão corporal grave, em São Paulo.

Outra justificativa foi a “periculosidade acentuada e um total desrespeito pela vida humana” na ocasião do crime, o que, segundo a ata “abala profundamente a tranquilidade social e gera um sentimento de insegurança na comunidade.”

O juiz negou o pedido de sigilo do processo, mantendo a publicidade dos atos processuais.

Ex-mulher de Renê já o denunciou por agressão a vassouradas no RJ

Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, preso por suspeita de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44, em BH, tem ao menos três ocorrências registradas em seu histórico criminal, duas no Rio de Janeiro e uma em São Paulo. A reportagem da Itatiaia teve acesso aos documentos nesta quarta-feira (13).

Em um desses registros, de 2003, Renê agrediu a ex-esposa com duas vassouradas. Ela, mãe do único filho do empresário carioca, declarou que o relacionamento durou mais de três anos, mas que o casal chegou a terminar (mas morando na mesma casa) por um ano e meio devido a diversas discussões. No dia da ocorrência, durante uma briga, Renê teria desferido uma vassourada no braço direito e outra na perna direita da mulher, além de empurrá-la. A reportagem entrou em contato com as polícias civis do Rio de Janeiro e de São Paulo e aguarda retorno.

O crime em BH

O assassinato de Laudemir Fernandes ocorreu na segunda-feira (11), no bairro Vista Alegre, na região Oeste da capital mineira. Segundo testemunhas, o crime começou quando Renê Júnior se irritou porque o caminhão de lixo, que estava em serviço, ocupava parte da rua e atrapalhava sua passagem. O empresário teria ameaçado os trabalhadores, começando pela motorista do veículo.

Ivanildo Lopes, sócio-proprietário da empresa de limpeza urbana, disse que a motorista contou que a rua era larga, encostou o caminhão e pediu para o motorista do BYD passar, mas ele sacou um revólver, colocou no rosto dela e afirmou que, se encostasse no carro, mataria todos.

O empresário relatou que, mesmo após os garis pedirem para que o homem não atirasse, o suspeito saiu do veículo e atirou no abdômen de Laudemir, que chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital.

Ele disse que colocou advogados da empresa à disposição e negou que tenha havido briga de trânsito. Segundo ele, Laudemir tentou acalmar a situação e a motorista do caminhão é uma pessoa tranquila e conhecida na região.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.
Jornalista formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Na Itatiaia desde 2008, é “cria” da rádio, onde começou como estagiário. É especialista na cobertura de jornalismo policial e também assuntos factuais. Também participou de coberturas especiais em BH, Minas Gerais e outros estados. Além de repórter, é também apresentador do programa Itatiaia Patrulha na ausência do titular e amigo, Renato Rios Neto.
Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.
Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.