O advogado criminalista Thiago Lenoir, advogado da família do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, morto no dia 11 de agosto por Renê da Silva Nogueira Júnior, 47, e assistente da acusação no caso, questionou, em entrevista ao Itatiaia Patrulha, na tarde desta quarta-feira (3), a possibilidade do
“O grande lance desse processo é saber aquilo que está por trás. É um absurdo. Uma delegada de polícia conversa com ele logo após o crime. Ela tem diálogo com ele, sabe exatamente o que aconteceu”, ressalta Lenoir.
O advogado se refere a conversas obtidas pela investigação onde Renê e Ana Paula se falam após o momento da prisão do homem. Parte das mensagens foi apagada. Além disso, há registro de uma ligação de sete minutos entre o casal, de conteúdo não recuperado.
Em determinado momento, Renê chega a pedir para que Ana Paula entregue a arma errada para a polícia, tentando se afastar de uma das provas do crime. Porém, a delegada não o respondeu e disponibilizou o armamento correto às autoridades.
Print de mensagens enviadas por Renê Júnior para sua esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira
De acordo com o inquérito, as mensagens sobre a entrega da arma foram enviadas entre 16h27 e 16h28 do dia do crime. A última mensagem encontrada,
“Esse momento me causa certa estranheza porque qualquer pessoa que é presa em flagrante delito fica incomunicável. Ela tem acesso ao seu advogado, aos seus parentes para que saibam da prisão, e a comunicação dele ter que ser cerceada. Ele foi preso. Nesse momento que diz ‘entrega a 9mm’ ele ainda está com o celular dele, conversando com ela, com o mundo. Isso é estranho”, apontou o advogado.
Vídeo mostra assassino de gari com armas, disparando e com distintivo de delegada
— Itatiaia (@itatiaia) September 3, 2025
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Segundo Thiago Lenoir, Renê também conversou com um terceiro, o qual o contato estava salvo como “Fabiano Campos Altos”. O autor do crime teria pedido orientações para o homem. Até o momento, ainda não se sabe quem é a figura.
“A polícia tem que identificar porque, depois de ser preso, ele ainda manteve contato com o mundo externo, com outras pessoas”, afirmou Lenoir.
Fontes ligadas à investigação garantiram à Itatiaia que o celular de Renê Júnior foi recolhido durante o ato da prisão, no estacionamento da academia que o autor do crime frequentava.
O crime
A vítima trabalhava na coleta de lixo quando Renê Júnior, que dirigia um BYD de cor cinza, que seguia no sentido contrário, se irritou, alegando que o veículo atrapalhava o trânsito.
Armado, Renê apontou a arma para a motorista do caminhão e ameaçou atirar no rosto dela. Ele seguiu, passou pelo caminhão, desceu do carro com a arma em punho, deixou o carregador cair, o recolocou e atirou contra o gari.
A bala atingiu a região das costelas do lado direito, atravessou o corpo e se alojou no antebraço esquerdo. Renê foi preso horas depois, ao chegar à academia.
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