Ouvindo...

Gari morto em BH: criminóloga explica o que é ‘condutopatia’ e aponta sinais do suspeito

A criminóloga Cláudia Pádua explica o perfil de pessoas como Renê Junior, de 47 anos, que teria construído uma vida de mentiras, com currículo falso, títulos inexistentes e histórico de violência

Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, foi preso em uma academia horas após o crime

Currículo falso, histórico de violência e exibicionismo. A cada dia, o passado de Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44, em Belo Horizonte, é desmascarado com revelações surpreendentes. Para especialistas, o empresário é um exemplo de um ‘condutopata’.

Segundo a criminóloga Cláudia Pádua, ouvida pela Itatiaia, trata-se de um indivíduo com desorganização interna que resulta em desequilíbrio psíquico.

“A virilidade dele é exacerbada. Daí a obsessão pelo corpo, o exibicionismo, a megalomania. É aquele indivíduo que gosta de mostrar poder, dizendo ‘sou casado com uma delegada’. Em algum momento, um gatilho emocional desperta nele uma atitude desrespeitosa e violenta, como a que vimos acontecer”, explicou.

Leia também: Morte de gari em BH: ficha criminal de Renê Júnior no RJ é divulgada; veja
Universidade Harvard diz que suspeito de matar gari não estudou na instituição

Cláudia acrescenta que Renê construiu uma vida de mentiras, com currículo falso e títulos inexistentes. “Ele nunca estudou na PUC, em Harvard ou em qualquer instituição que citava. O currículo acadêmico e profissional é repleto de inconsistências. Oficialmente, o grau de instrução dele é ensino médio. Como alguém assim poderia ser executivo de multinacional com formação em Harvard? É a megalomania. Um ego inflado, mas vazio de caráter e valores”, completou.

A criminóloga relembrou ainda episódios de agressão contra mulheres e até suspeitas de envolvimento em outros crimes, reforçando que o empresário é um indivíduo desestruturado, que projeta na aparência física uma beleza que, segundo ela, não existe em seu interior.

Leia também

Investigação na reta final

A apuração sobre a morte de Laudemir está próxima do fim. O inquérito conta com o reconhecimento firme de testemunhas oculares e outros elementos de prova, como o vídeo que mostra o carro de Renê na cena instantes antes do disparo.

A Polícia Civil também pediu a quebra do sigilo telefônico e dos dados do BYD, veículo que funciona como uma espécie de “caixa-preta”. Renê segue preso por tempo indeterminado no presídio de Caeté.

Conforme mostrado pela Itatiaia ontem (15), a pistola calibre .380 apreendida na casa do empresário pertence à delegada Ana Paula Balbino Nogueira, esposa de Renê e única dona registrada da arma. Ainda não se sabe se ela poderá responder por omissão de cautela.

Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.
Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.