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Advogado de assassino de gari não sabe se segue no caso: ‘Prometo o que posso cumprir’

Dracon Cavalcante havia sido destituído da defesa por assassino confesso, que voltou atrás

Renê Júnior, apontado preliminarmente como o assassino do gari Laudemir Fernandes, antes, durante e depois de sua prisão

Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, assassino confesso do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44, voltou atrás na decisão que destituía o advogado Dracon Cavalcante de sua defesa, porém o defensor ainda não sabe se aceitará seguir no caso.

Em entrevista à Itatiaia, Cavalcante disse ter ficado surpreso com a decisão, publicada no início da manhã desta segunda-feira (25), e que, em seguida, se dirigiu ao Presídio de Caeté, na Grande BH, onde Renê está preso.

“Eu fui surpreendido hoje, na hora que eu abri os processos, às 9h da manhã, no escritório, e vi que eu tinha sido tirado, desconstituído, do processo do Renê. De imediato, eu peguei meu carro e fui até a cidade de Caeté, conversar com o Renê. Ele falou para mim que, como ele é carioca, e o outro advogado, o Bruno Rodrigues, também é, ele resolveu assinar a procuração, mas não me destituindo. Ele pediu para esse Bruno, esse advogado, entrar em contato comigo para a gente trabalhar junto”, relatou Dracon.

Segundo o advogado, ele pediu para que Renê, então, escrevesse uma carta de próprio punho manifestando sua decisão. A Itatiaia teve acesso ao documento, que você pode conferir no final desta matéria.

“Eu pedi ao Renê para colocar isso no papel para mim. Ele colocou e eu vou juntar essa carta agora no processo. Ele vai se encontrar com esse advogado nessa semana, vão decidir se eu vou ficar ou se não vou”, continuou.

‘Não prometo nada que não possa cumprir’

Porém, ainda que Renê e Bruno Rodrigues decidam pela permanência de Dracon no caso, o defensor não sabe se aceitará.

“O Renê, segundo ele, quer que eu continue, e eu vou decidir se eu vou aceitar ou não. Porque aqui não é Rio de Janeiro, aqui é Belo Horizonte, Minas Gerais. Aqui a gente é companheiro, todo mundo aqui é bem tranquilo. Se tiver de fazer alguma coisa aqui, vai ser assim. Eu não preciso oferecer nada para o meu cliente que eu não possa fazer.

Eu ofereci para ele trabalhar no processo, para ele ter a pena que tiver de ter, entendeu? E eu não prometo nada que eu não possa cumprir. Espero que eles resolvam lá. Ao me convidarem novamente, vou analisar se vou entrar ou não”, finalizou ele.

A carta de Renê Júnior

Veja, na íntegra, o que Renê escreveu e, abaixo, confira uma foto da carta:

“Eu, Renê da Silva Nogueira Júnior, tinha dado autorização para o Dr. Dracon via procuração para me defender no meu nome. Gostaria de reforçar que acredito no trabalho do mesmo e reforço a necessidade que meus advogados trabalhem em parceria. O que aconteceu foi um acidente com a vítima e me sinto bem representado tanto pelo Dr. Dracon como pelo Dr. Bruno Rodrigues. Tenho certeza que resolveremos esse mal entendido. Pedi ao mesmo para não sair do meu caso. Que Deus abençoe.

Assinado: Renê da Silva Nogueira Júnior
25 de agosto de 2025”.

Carta escrita por Renê Júnior na cadeia

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Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.
Maic Costa é jornalista, formado pela UFOP em 2019 e um filho do interior de Minas Gerais. Atuou em diversos veículos, especialmente nas editorias de cidades e esportes, mas com trabalhos também em política, alimentação, cultura e entretenimento. Agraciado com o Prêmio Amagis de Jornalismo, em 2022. Atualmente é repórter de cidades na Itatiaia.