Ouvindo...

Gari morto em BH: depois de Harvard, faculdade importante nega histórico de suspeito

Harvard, ESPM e PUC-Rio desmentem formações citadas pelo suspeito de assassinato, Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos

Audiência de custódia de Renê Júnior, realizada na manhã desta quarta-feira (13)

Depois de Harvard, foi a vez da ESPM negar que Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44, tenha estudado na instituição. Em nota enviada nesta sexta-feira (15), a escola afirmou: “A ESPM informa que Renê da Silva Nogueira Júnior não possui histórico acadêmico na instituição.”

Na quinta-feira (14), a Universidade Harvard, em Cambridge (EUA), já havia desmentido a informação. “Não temos registro de nenhum indivíduo com esse nome e data de nascimento que tenha se formado em Harvard”, disse o comunicado enviado à Itatiaia.

A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) também negou que Renê Júnior tenha feito graduação e mestrado em Administração de Empresas (MBA) na instituição.

Histórico no LinkedIn

Apesar das negativas, o executivo mantém em seu perfil no LinkedIn todas essas formações. Ele também se apresenta como diretor de Negócios de uma rede de alimentos, informando em uma postagem recente que foi contratado neste mês.

Na biografia, Renê se autointitula “CEO”, “vice-presidente”, “diretor executivo” e “diretor comercial”. Afirma ter 27 anos de experiência no setor de alimentos e bebidas, além de um “histórico comprovado de gerar crescimento exponencial e liderar transformações organizacionais complexas nas maiores corporações do mercado brasileiro e internacional”.

Leia também

Investigação na reta final

A apuração sobre a morte de Laudemir está próxima do fim. O inquérito conta com o reconhecimento firme de testemunhas oculares e outros elementos de prova, como o vídeo que mostra o carro de Renê na cena instantes antes do disparo.

A Polícia Civil também pediu a quebra do sigilo telefônico e dos dados do BYD, veículo que funciona como uma espécie de “caixa-preta”. Renê segue preso por tempo indeterminado no presídio de Caeté.

Conforme mostrado pela Itatiaia ontem (15), a pistola calibre .380 apreendida na casa do empresário pertence à delegada Ana Paula Balbino Nogueira, esposa de Renê e única dona registrada da arma. Ainda não se sabe se ela poderá responder por omissão de cautela.

Dinâmica do crime

Laudemir foi morto com um tiro no abdômen na manhã da última segunda-feira (11), no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte. A vítima chegou a ser socorrida por populares, mas não resistiu.

Segundo o dono da empresa terceirizada que presta serviço à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), o suspeito ameaçou a motorista do caminhão de coleta, apontando um revólver para o rosto dela antes de disparar contra o gari. Ele afirmou que a rua era larga e que a motorista havia encostado o caminhão para permitir a passagem do carro do atirador, um BYD de grande porte. Mesmo assim, o homem teria feito a ameaça de matar todos caso o veículo fosse encostado no dele.

Ainda segundo ele, os garis tentaram convencer o agressor a não atirar, mas, após o carro passar, ele teria descido, atirado e atingido o abdômen de Laudemir. O trabalhador foi levado para o Hospital Santa Rita, mas morreu pouco depois.

Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.
Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.