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‘Tirou minha alegria de trabalhar’, diz colega de gari morto por empresário em BH

A Itatiaia entrevistou Eledias Aparecida Rodrigues, motorista do caminhão de coleta de lixo onde estava Laudemir de Souza Fernandes

‘Tirou minha alegria de trabalhar’, diz colega de gari morto por empresário em BH

Em entrevista à Itatiaia nesta quinta-feira (4), Eledias Aparecida Rodrigues, de 43 anos, motorista do caminhão de coleta de lixo onde estava o gari Laudemir de Souza Fernandes, falou sobre como a sua vida mudou após o episódio.

Laudemir foi assassinado a tiros aos 44 anos por Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47, que está preso e confessou ser o autor do crime. Relembre o caso no final da matéria.

Eledias afirmou que o principal impacto de ter testemunhado o assassinato e o falecimento do colega foi que perdeu a alegria de trabalhar.

“Esse serviço foi uma escolha que fiz. Eu amo o que eu faço. Foi uma situação de terror”, disse.

“Nós que trabalhamos no ramo da limpeza urbana, muitos escolhemos trabalhar com isso, porque é prazeroso. O que esse cara [Renê Júnior] fez foi que ele tirou de mim minha alegria de trabalhar”, lamentou Eledias.

A motorista detalhou que, após ser baleado, Laudemir correu em direção aos colegas e disse “acertaram em mim”. “Ele correu, virou à esquerda na esquina e caiu”.

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Relembre o caso

Segundo o boletim de ocorrência, o crime foi por volta das 9h do dia 11 de agosto na Rua Modestina de Souza, no bairro Vista Alegre, na regional Oeste de Belo Horizonte.

Renê, que seguia no sentido contrário da via em um BYD de cor cinza, se irritou, alegando que o caminhão de lixo atrapalhava o trânsito.

Armado, o suspeito apontou a arma para a motorista do caminhão e ameaçou atirar no rosto dela. Ele seguiu, passou pelo caminhão, desceu do carro com a arma em punho, deixou o carregador cair, recolocou e atirou contra o gari.

A bala atingiu a região das costelas do lado direito, atravessou o corpo e se alojou no antebraço esquerdo da vítima, que não resistiu aos ferimentos. Renê foi preso horas depois ao chegar na academia.

Renê foi indiciado por homicídio duplamente qualificado — por motivo fútil e por impossibilitar a defesa da vítima —, além de ameaça e porte ilegal de arma.

Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.
Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia, escreve para Cidades, Brasil e Mundo. Apaixonado por boas histórias e música brasileira.