O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas a adversários políticos e tratou de temas de economia, segurança pública e relações internacionais, em entrevista exclusiva à Itatiaia nesta sexta-feira (29).
Ao longo da conversa, Lula citou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os governadores de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O petista também projetou alianças políticas em Minas Gerais para as eleições de 2026 e comentou sobre a relação com os Estados Unidos.
Campanha contra o Pix
Sem citar o nome do deputado federal Nikolas Ferreira (PL),
“Tem um deputado que fez uma campanha contra as mudanças que a Receita Federal propôs. Agora ‘tá' provado que o que ele estava fazendo era defender o crime organizado e nós não vamos dar trégua para o crime organizado”, disse.
Lula ressaltou ainda a relevância da operação recente contra a maior facção criminosa do país: Fizemos a operação mais importante da história de 525 anos do Brasil. Para pegar, como disse o Haddad, no andar de cima. Porque, por enquanto, só ia no andar de baixo. Agora nós queremos saber quem é que, efetivamente, faz parte do crime organizado”.
Nikolas ainda não comentou as declarações do presidente.
Julgamento de Bolsonaro
Questionado se pretende acompanhar o julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), marcado para 2 de setembro,
“Não vou assistir ao julgamento. Tenho coisa melhor para fazer. Eu não sei como termina (o julgamento). Eu acho que ele vai ser julgado com base nos autos”, disse.
Zema ‘falso humilde’
Lula também avaliou o governador de Minas, Romeu Zema,
“Eu acho que o Zema é aquilo que a gente pode chamar de figura caricata. Ele tenta ser uma coisa que ele não é. Chamo de falso humilde. Tenta vender uma humildade que ele não tem”, afirmou.
Pacheco e Marília
O presidente também comentou o cenário eleitoral mineiro e
“Vejo a Marília com possibilidade de qualquer coisa que quiser ser.
Tarcísio e Bolsonaro
Lula avaliou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas,
“Tarcísio não seria nada sem o Bolsonaro. Ele vai fazer o que Bolsonaro quiser. E ele sabe disso”, declarou.
Segundo Lula, embora São Paulo sempre apresente candidatos competitivos, vários nomes tradicionais já fracassaram na disputa presidencial. “São Paulo sempre pode ter um candidato competitivo, tem 44 milhões de habitantes, é o estado mais rico, mais industrializado. São Paulo sempre pode ter candidato, nem sempre dá certo”, disse.
Encontro com Trump
“Eu não tenho pressa de fazer a reciprocidade contra os Estados Unidos. Tomei a medida porque temos que andar com o processo. Se for andar com a forma como todas as leis exigem, vai demorar um ano. Nós já entramos com um processo na OMC.
Lula também comentou sobre um possível encontro com Donald Trump na Assembleia Geral da ONU, em setembro: “Vai depender dele [Trump]. Eu vou estar no mesmo espaço que ele. Quando eu entrar na ONU, serei o primeiro a falar. Ele é o segundo. Ele pode chegar antes e falar comigo. Pode não querer falar comigo. Se o Trump quiser conversar, ou qualquer pessoa do governo americano, nós estaremos dispostos a negociar 24 horas por dia”.
Lula em Minas
Lula desembarcou no aeroporto da Pampulha e, ainda no local, conversou com a repórter Edilene Lopes. De lá, ele segue para Contagem, na Região Metropolitana, onde vai cumprir agenda de anúncios de investimentos. O ponto central é a inauguração do primeiro trecho das obras da Avenida Maracanã.
A visita marca a volta de Lula ao município pouco mais de um ano depois de ter anunciado obras de macrodrenagem e de transporte coletivo. O presidente também irá anunciar a expansão do metrô, com a construção de duas novas estações.
A agenda do presidente em Minas nesta sexta também tem uma visita prevista para a cidade de Montes Claros, no norte do estado.
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