Moraes vota pela condenação de 5 oficiais da PMDF por omissão no 8 de janeiro

Ministro do Supremo Tribunal Federal considerou, no entanto, que dois devem ser absolvidos

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta para condenar cinco oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal por omissão nos atos de 8 de janeiro de 2023.

A análise do caso acontece no plenário virtual da Primeira Turma da Corte, modalidade em que os ministros apenas depositam os votos em um sistema e não fazem debate entre eles. O julgamento termina na próxima sexta-feira (6).

Em seu voto, Moraes sustenta que a cúpula da PM atuou com omissão diante de um cenário amplamente conhecido e antecipado de risco. Segundo ele, a possibilidade de atos violentos foram amplamente difundidos e informados aos órgãos de segurança do Distrito Federal dias antes do ataque às sedes dos Três Poderes.

O ministro menciona, por exemplo, um Relatório de Inteligência datado de 6 de janeiro que já indicava a chance de invasão a prédios públicos, com participação de grupos com intenção de ações adversas e mobilização de caravanas convocadas para a chamada “tomada de poder pelo povo”.

Moraes cita ainda uma sequência de acontecimentos no 8 de janeiro que mostram que a contenção dos invasores não aconteceu de maneira eficaz.

Com isso, ele votou pra condenar os réus:

  • coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante-geral da PMDF;
  • coronel Klepter Rosa Gonçalves, ex-subcomandante-geral da PMDF;
  • coronel Jorge Eduardo Barreto Naime;
  • coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra;
  • coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos.

O ministro considerou, no entanto, que dois dos réus devem ser absolvidos: o major Flávio Silvestre de Alencar e o tenente Rafael Pereira Martins. Segundo o magistrado, nenhum deles tinha autonomia estratégica ou intenção que justificasse responsabilização penal pelos atos de 8 de janeiro.

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Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.

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