Heleno continuará preso mesmo após alegar diagnóstico de Alzheimer

A juíza auxiliar que acompanhou o depoimento do general afirmou que “inexistem” relatos de abuso ou irregularidade por parte dos policiais responsáveis pelo cumprimento do mandado de prisão

General Augusto Heleno

Mesmo após alegar que convive com a doença de Alzheimer desde 2018, o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Jair Bolsonaro (PL), condenado pela trama golpista, vai ser mantido preso no Comando do Exército, em Brasília. A decisão foi tomada após audiência de custódia do militar, que aconteceu nessa quarta-feira (26). As atas foram divulgadas nesta quinta-feira (27).

A juíza auxiliar que acompanhou o depoimento do general afirmou que “inexistem” relatos de abuso ou irregularidade por parte dos policiais responsáveis pelo cumprimento do mandado de prisão e que, considerando o cumprimento das formalidades legais e regulamentares, foi homologado o cumprimento da detenção do militar.

“O custodiado não apontou qualquer abuso ou irregularidade por parte das autoridades policiais responsáveis pelo cumprimento do indigitado Mandado de Prisão, expedido nos autos e que se submeteu a exame de corpo de delito. Informou ainda que a prisão foi realizada no dia 25/11/2025, terça-feira, por volta de 14h, na residência de sua filha”, diz trecho do documento.

Diagnóstico de Alzheimer

A informação do diagnóstico do general Augusto Heleno foi repassada às Forças Armadas durante exame de corpo de delito realizado no Comando Militar do Planalto, em Brasília. Segundo o relatório médico, Heleno afirmou ter perda de memória recente e declarou viver desde 2018, com um quadro progressivo de demência do tipo Alzheimer, acompanhado de prisão de ventre e hipertensão, e que está sob tratamento medicamentoso.

Durante a avaliação, o militar, contudo, relatou sentir apenas dores nas costas. A médica responsável registrou em relatório que Heleno estava em “bom estado geral”, “lúcido” e com sinais vitais normais. Ela ainda pontuou que o general é um idoso com aparência compatível com a idade e “estado emocional estável”.

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Jornalista pela UFMG, Lucas Negrisoli é editor de política. Tem experiência em coberturas de política, economia, tecnologia e trends. Tem passagens como repórter pelo jornal O Tempo e como editor pelo portal BHAZ. Foi agraciado com o prêmio CDL/BH em 2024.

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