O Bloco Democracia e Luta, oposição a Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) emitiu uma nota de repúdio às falas do governador mineiro acerca da operação policial mais letal da história do país realizada no Rio de Janeiro na última terça-feira (28). O grupo de deputados argumenta contra o Executivo Estadual alegando a existência de uma crise nas forças policiais e o avanço de facções do crime organizado no estado.
Zema esteve na
Na nota do bloco de oposição, os deputados afirmam que Zema usa a operação carioca para passar uma imagem de preocupação com a pauta da segurança pública. Os parlamentares argumentam que Minas vive uma ‘das maiores crises’ em suas forças policiais.
“É importante que o país saiba que, ao contrário do discurso, Minas Gerais está na contramão do enfrentamento à violência. O Anuário 2025 de Segurança Pública revela que o estado registrou um aumento de 5% nas mortes violentas entre 2023 e 2024. No mesmo período, o Brasil apresentou uma queda de 5,4%. Minas ocupa o terceiro lugar no ranking de maiores crescimentos percentuais de homicídios dolosos no país, com uma alta de 7,38%, ignorando a tendência nacional de queda, de acordo com o Mapa da Segurança Pública”, afirma o bloco.
Desde a deflagração da operação nos complexos do Alemão e da Penha, territórios dominados pela facção criminosa Comando Vermelho, Romeu Zema já fez mais de uma dezena de publicações em seu perfil no X, antigo Twitter, e deu declarações em apoio à empreitada policial
Em resposta, os deputados oposicionistas citam ainda a pauta de
“Os policiais civis se uniram à insatisfação dos militares e aprovaram, recentemente,
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Leia, na íntegra, a nota divulgada pelo Bloco Democracia e Luta:
NOTA À IMPRENSA
Romeu Zema se esconde da realidade e usa o holofote do estado vizinho, comandado por um aliado, para bradar uma falsa imagem de gestor. Ao pegar carona na barbárie, o governador mineiro tenta, ainda, esconder que Minas Gerais vive uma das maiores crises na segurança pública.
É importante que o país saiba que, ao contrário do discurso, Minas Gerais está na contramão do enfrentamento à violência. O Anuário 2025 de Segurança Pública revela que o estado registrou um aumento de 5% nas mortes violentas entre 2023 e 2024. No mesmo período, o Brasil apresentou uma queda de 5,4%. Minas ocupa o terceiro lugar no ranking de maiores crescimentos percentuais de homicídios dolosos no país, com uma alta de 7,38%, ignorando a tendência nacional de queda, de acordo com o Mapa da Segurança Pública.
Os dados revelam uma realidade ainda mais grave: o crescimento da presença e atuação de facções criminosas, como o Comando Vermelho e o PCC, em território mineiro, intensificada nos últimos cinco anos.
Enquanto isso, as forças de segurança de Minas Gerais estão em colapso: as polícias enfrentam um déficit de efetivo crônico, chegando ao absurdo de fazer rodízio de viaturas devido ao racionamento de combustível. A defasagem salarial chega a 44,79%.
Os policiais civis se uniram à insatisfação dos militares e aprovaram, recentemente, a “estrita legalidade”, em que os agentes farão apenas o mínimo previsto em lei, como um grito de protesto contra a falta de valorização e condições de trabalho. São pouco mais de 10 mil policiais quando deveriam ser 18 mil para fazer investigações nos 853 municípios mineiros. “O crime organizado já está entranhado em Minas, e faltam condições materiais e humanas para atuação. A situação é grave”, declarou o sindicato da Polícia Civil em audiência pública na ALMG, no último dia 13 de outubro.
O populismo de Zema em torno da pauta da segurança pública às vésperas da eleição escancara dois únicos movimentos: pegar carona em cima do sangue derramado e jogar para debaixo do tapete a falência e a falta de planejamento e de investimentos para combater o crime organizado no estado para o qual foi eleito e não governa. Enquanto isso, viaja pelo país e engrossa uma farra de quase 400 voos neste mandato, segundo levantamento da imprensa mineira.
BLOCO DEMOCRACIA E LUTA