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Servidores da Copasa e policiais marcam protestos na Assembleia nesta terça-feira (28)

Atos concomitantes protestam contra a privatização da companhia de saneamento e pela recomposição salarial das forças de segurança

Servidores se mobilizaram na Praça da Assembleia e no hall do Palácio da Inconfidência para acompanhar audiência pública sobre a privatização da Copasa na última quarta-feira (22)

A retomada dos trabalhos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta terça-feira (28) será marcada por protestos. Assim como na semana passada, trabalhadores da Copasa se organizam para manifestações contra os projetos de privatização da companhia em tramitação na Casa. Além deles, o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sindpol-MG) convocou uma manifestação em frente ao Palácio da Inconfidência pela recomposição salarial da categoria.

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos (Sindágua-MG) convocou uma reunião da categoria às 8h para decidir se os servidores da Copasa entrarão novamente em greve.

Na semana passada houve a paralisação em três dias para mobilizar os servidores em protestos contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/2023, de autoria do governador Romeu Zema (Novo), que derruba a exigência da realização de um referendo popular para autorizar a venda da estatal.

A reunião do Sindágua acontece uma hora antes da reunião da comissão especial de análise da PEC 24, marcada para as 9h na Assembleia. O grupo é formado por cinco parlamentares. Quatro deles são da base governista, incluindo o líder do maior bloco da situação, Cássio Soares (PSD) e líder de Zema na Casa, João Magalhães (MDB).

A análise na comissão especial é uma etapa necessária para liberar a PEC para a votação definitiva em plenário. Na última sexta-feira (24), o texto foi aprovado em primeiro turno por volta das 4h30 da madrugada após mais de dez horas de obstrução da oposição.

A derrubada do referendo faz parte da empreitada do governo Zema pela venda da Copasa. Privatizar a companhia de saneamento, bem como a Cemig, estava na pauta do Executivo Estadual desde o primeiro mandato, mas os projetos não avançaram na Assembleia. A situação se alterou neste ano, com a criação do Programa de Pleno Pagamento de Dìvidas dos Estados (Propag).

O Propag permite que estados adiram ao programa, parcelem seus débitos com a União em até 30 anos e ainda reduzem os juros, hoje fixados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo mais 4% ao ano. Uma das formas de reduzir esse percentual é abatendo ao menos 20% do estoque devido e, para isso, a estratégia do governo é federalizar ou privatizar ativos estatais para conseguir recursos. A dívida de Minas é de cerca de R$ 170 bilhões.

Na última quarta-feira (22), milhares de servidores da Copasa lotaram a Assembleia em uma audiência pública sobre o futuro da companhia. No dia seguinte, as manifestações seguiram invadindo a madrugada durante a historicamente longa sessão no plenário para a votação da chamada PEC do Referendo.

Policiais fazem novo protesto

O protesto dos policiais civis está marcado para as 9h30 na Praça da Assembleia, em frente ao Palácio da Inconfidência, sede do Legislativo mineiro. A manifestação pode incluir uma caminhada para outros pontos da capital, a depender da decisão das lideranças do ato.

Embora tenha sido convocado pelo Sindpol, a pauta do protesto não é específica da Polícia Civil e se estende a todos os servidores das forças de segurança do estado. Os agentes estão em pé de guerra com o governador Romeu Zema desde 2020, quando o Executivo vetou o próprio projeto de lei e não pagou duas parcelas prometidas de reajuste salarial para a categoria.

A pauta do Sindpol calcula a defasagem salarial acumulada da última década. Desde 2015 o sindicato calcula uma inflação de 74% e os reajustes salariais concedidos às forças de segurança foram de 30%. A categoria reivindica, portanto, uma recomposição de 44% em seus vencimentos.

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Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.