A Prefeitura de Belo Horizonte articula junto à mesa diretora da Câmara de Municipal um acordo para lidar com os impactos das eleições do ano de 2026 na agenda do Legislativo. Com uma legislatura composta de diversos parlamentares que devem se lançar na disputa de vagas na Assembleia Legislativa de Minas (ALMG) e na Câmara dos Deputados, a PBH espera uma alta de discussões polêmicas no Legislativo municipal e possíveis mudanças de composição nas bancadas, inclusiva na base de apoio ao governo.
Diante da possibilidade de inclusão de temas polêmicos e ideológicos no radar, o secretário de governo da Prefeitura de Belo Horizonte, Guilherme Daltro, afirmou em entrevista à Itatiaia que conversou com a presidência da Câmara para criar uma ‘força tarefa’ para controlar a tramitação de projetos que podem ser considerados inconstitucionais.
“Eu tive uma conversa com o presidente Juliano Lopes, para a gente fazer uma força tarefa de controle constitucional desses projetos. Eu acho que é muito interessante a gente ter um controle constitucional na Câmara Municipal e, obviamente, o que chegar a vir à prefeitura, a gente também ter o nosso controle em cima da possibilidade de vetos do prefeito. O que a gente pede aos vereadores é responsabilidade. Responsabilidade para com a cidade, sabendo que um projeto desse ideológico, toma o mesmo tempo e atenção numa comissão e numa votação em plenário do que um projeto que de fato agrega pra cidade. Então, a gente tem conseguido sensibilizar. Eu acho que o começo do ano esteve mais atribulado, essas disputas (eleição de mesa diretora), mas eu concordo com você que conforme for se avizinhando o processo eleitoral, a tendência é as pautas deixarem de ser municipais e passarem a ser pautas estaduais e federais”, avalia o secretário.
Prováveis mudanças na base
Diversos vereadores já sinalizam e pavimentam o caminho para se candidatarem à outros cargos no ano que vem. Alguns nomes são possíveis apostas para a ALMG, Câmara dos Deputados, Senado, e até em chapas na disputa pelo governo do estado. Deste modo, após as eleições são esperadas mudanças significativas na composição das bancadas, envolvendo movimentos partidários e até eleição de alguns vereadores, que ao saírem do Legislativo municipal, vão dar espaço para que seus suplentes assumam.
Segundo Daltro, a prefeitura já discute estes possíveis impactos da eleição, e pretende distanciar o Executivo de possíveis discussões partidárias e ideológicas na tramitação de projetos.
“Eu coloco para nossa equipe do acompanhamento Legislativo, que a base nunca vai ser uma base fixa. É uma base volátil, conforme os direcionamentos políticos do momento. Conforme batem os ventos políticos do momento. E a gente tem a plena convicção que o ano que vem, conforme for se desenhando os contornos, composição de chapa para deputado estadual, deputado federal, senador, governador, é muito provável que tenham mudanças em relação à base. Mas o que a gente vai trabalhar aqui, e é a forma que a gente tem trabalhado e tido êxito com essa forma, é de tratar os vereadores no varejo. Sentar com cada vereador, entender as necessidades. Boa parte dos vereadores são vereadores nichados de bairro, que tem uma necessidade de levar alguma diferença, algum impacto de política pública para sua região. Esses aí a gente tem uma forma de trabalhar específica. E as questões partidárias, ideológicas, essas aí a gente vai passar longe, porque a gente acredita que não contribui com a construção de uma boa gestão”, finalizou Daltro.
