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Com críticas ao governo Lula, Zema anuncia viagem ao Rio para prestar solidariedade a Castro

O chefe do Palácio Tiradentes ainda informou que determinou reforço e prontidão das forças de segurança mineiras, especialmente nas fronteiras com o estado fluminense

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo)

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciou, na noite desta quarta-feira (29), que vai ao Rio de Janeiro, provavelmente já nesta quinta-feira (30), prestar solidariedade ao governador Cláudio Castro (PL) e às polícias do estado vizinho. O chefe do Palácio Tiradentes ainda informou que determinou reforço e prontidão das forças de segurança mineiras, especialmente nas fronteiras com o Rio de Janeiro.

O movimento acontece a reboque da megaoperação contra o Comando Vermelho na capital fluminense nessa terça-feira (28), que deixou ao menos 121 mortos, dentre eles quatro policiais. A declaração, em vídeo enviado à Itatiaia, também contém duras críticas à gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e acusações de inação por parte do governo federal frente ao avanço das facções criminosas no Brasil.

“O dia 28 de outubro de 2025, com toda certeza, vai passar a fazer parte da história do Brasil. Vai ser considerado o dia em que as forças de segurança do Estado do Rio de Janeiro se levantaram contra as facções criminosas, contra o crime organizado, sozinhas, sem nenhum apoio do governo federal”, afirmou Zema.

“Me parece que nós governadores temos carregado o ônus da ineficiência do Governo Federal que não faz essa vigilância adequadamente. E quando é convocado a participar de uma operação de combate ao crime organizado, se nega a mandar ajuda. Mais cedo, estive com alguns governadores e nos reunimos por videoconferência. Estamos alinhando uma ida ao Rio de Janeiro quanto antes, preferencialmente quinta-feira, para prestarmos solidariedade ao governador Cláudio Castro e para as forças de segurança do Rio que tiveram perdas e também para a população que tem vivido esse clima de terror”, acrescentou o governador mineiro.

Zema declarou ainda que o país já vive “uma guerra” e que espera que o acontecido no Rio de Janeiro “sirva para iniciar um movimento que venha a terminar com essa perda de vidas que acomete o Brasil há décadas”.

“Aqui em Minas, já determinei reforço e prontidão das nossas forças de segurança, principalmente na área mais próxima ao Rio de Janeiro, para que o Estado não seja afetado. Nós, governadores, temos feito todo um trabalho apesar do governo federal, que fique claro”, continuou Zema.

O governador também defendeu a aprovação do projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados que equipara as ações de facções criminosas e milícias ao de grupos terroristas. “Essa medida precisa se transformar em lei, porque a partir do momento que as facções forem consideradas terroristas, que é o que elas realmente são, nós vamos obrigar o governo federal e todo o seu aparato a agir”, defende.

“Espero que o governo federal acorde, se mobilize, ajude no reconhecimento de que facções são organizações terroristas e faça alguma coisa em prol da grande maioria dos brasileiros que são pessoas de bem. Nós estamos falando de uma luta do bem contra o mal e quem Quem é que vai vencer? Eu torço para que seja o bem e não para que seja bandido. Bandido bom, eu sinceramente não conheço nenhum”, finalizou.

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Jornalista pela UFMG, Lucas Negrisoli é editor de política. Tem experiência em coberturas de política, economia, tecnologia e trends. Tem passagens como repórter pelo jornal O Tempo e como editor pelo portal BHAZ. Foi agraciado com o prêmio CDL/BH em 2024.