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Rio: número de mortos em megaoperação sobe para 121, diz governo estadual

Operação, batizada de ‘Contenção’, foi considerada a mais letal da história do estado. A ação teve como foco as comunidades da Penha e do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio

Moradores do Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, levam ao menos 50 orpos para a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, no início da manhã desta quarta-feira

O governo do Rio de Janeiro atualizou, no início da tarde desta quarta-feira (29), o número de mortos na megaoperação realizada nessa terça: são 121 mortos, sendo quatro policiais e 117 suspeitos, segundo o secretário da Polícia Civil, o delegado Felipe Curi.

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180 mandados de prisão

O objetivo da operação era conter o avanço do Comando Vermelho e cumprir 180 mandados de busca e apreensão e 100 mandados de prisão, sendo 30 expedidos pelo estado do Pará, parceiro na operação.

“A operação de ontem foi o maior baque que Comando Vermelho levou”, disse Curi. “Com perda tão grande de armas, de drogas e também de lideranças”, disse o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi.

Foram apreendidas 118 armas, sendo 91 fuzis. A polícia contabiliza ainda a droga apreendida e estima que sejam toneladas.

Para o secretário de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro, Victor dos Santos, a Operação Contenção deixou apenas oito vítimas:

“As vítimas dessa operação são quatro inocentes feridos sem gravidade e quatro policiais que infelizmente faleceram”, disse.

Na versão do secretário, as pessoas que morreram eram criminosas que optaram por não se entregar à polícia. “A alta letalidade que se verificou era previsível, mas obviamente não era desejada”, disse.

Em coletiva de imprensa, foram apresentadas imagens da ação. Segundo as autoridades, ela foi planejada, e as normas legais foram cumpridas, tais quais o uso de câmeras corporais. O conflito foi deslocado para área de mata, onde ocorreu a maior parte das mortes, para preservar a população.

Em relação às câmeras, de acordo com as autoridades, elas podem ter ficado sem bateria, por conta da duração da operação e parte das ações pode não ter sido registrada.

Corpos retirados da mata

Na madrugada e na manhã desta quarta-feira, a própria comunidade e familiares reuniram corpos retirados da mata em uma praça no Complexo da Penha.

Perguntado por que esses corpos não foram retirados pela própria polícia ou por que não foi prestado socorro a essas pessoas, o secretário de Segurança Pública afirmou que as polícias não sabiam desses corpos.

“Todos aqueles que foram retirados na madrugada ou manhã eram criminosos que sequer a polícia tinha conhecimento deles”, disse. “Muitos são baleados e entram na mata procurando ajuda”.

Sobre a possibilidade de aumento no número de mortos, Victor dos Santos disse que ainda é possível que haja mais vítimas. “Não foi consolidado ainda, pode ser que tenha aumento”, disse.

Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.
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