O Brasil confirmou quatro casos do subclado K da Influenza A (H3N2) nesta quinta-feira (18). Segundo o Ministério da Saúde, um dos casos é importado,
A amostra do caso paraense foi analisada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, laboratório de referência nacional. Já as amostras do Mato Grosso do Sul foram processadas pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, após identificação inicial pelos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) dos estados.
Conforme o Ministério da Saúde, as ações de vigilância no país foram intensificadas após alerta epidemiológico da Organização Pan-Americana da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS). O aviso aponta aumento de casos e de internações por gripe em países do hemisfério norte, especialmente na Europa, Ásia, Estados Unidos e Canadá.
Monitoramento no país
A vigilância da influenza no país é realizada por meio do monitoramento contínuo de casos de síndrome gripal e de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). As ações incluem identificação e diagnóstico precoces, investigação e notificação imediata de eventos respiratórios incomuns, além do fortalecimento das medidas de prevenção e da ampliação do acesso a vacinas e antivirais para grupos de risco.
Em nota, o Ministério da Saúde reforçou que as vacinas disponibilizadas pelo SUS protegem contra formas graves da gripe, inclusive as causadas pelo subclado K. Os grupos mais vulneráveis são os mesmos já contemplados como prioritários na campanha de vacinação. Segundo a pasta, a hesitação vacinal observada em países da América do Norte tem contribuído para maior circulação do vírus em contextos de baixa adesão à imunização.
Além da vacinação, o SUS oferece gratuitamente antiviral específico para o tratamento da gripe, indicado principalmente para públicos prioritários, como estratégia complementar para reduzir o risco de agravamento dos casos. A orientação é que a população mantenha o esquema vacinal em dia para prevenir hospitalizações e óbitos.
Entenda o subclado K
A gripe é causada pelo vírus influenza, sendo o tipo A o mais associado a surtos e a quadros mais graves. O subclado K é uma variação genética da Influenza A (H3N2) e não representa um vírus novo. Até o momento, não há evidências de que esteja ligado a maior gravidade, mas sim a uma circulação mais intensa e antecipada no hemisfério norte, o que resulta em aumento de internações.
Os sintomas permanecem os clássicos da doença, como febre, dor no corpo, tosse e cansaço. Autoridades de saúde recomendam atenção a sinais de agravamento, como falta de ar e piora rápida do quadro, além de medidas preventivas como uso de máscara por pessoas sintomáticas, higienização das mãos e ventilação adequada dos ambientes.
Cenário epidemiológico
Em 2025, o Brasil registrou comportamento fora do padrão da Influenza A (H3N2), com aumento de casos no segundo semestre, antes mesmo da identificação do subclado K no país. O avanço começou no Centro-Oeste e se espalhou para outras regiões. Atualmente, Centro-Oeste e Sudeste apresentam queda nos casos de SRAG associados à influenza, enquanto Norte e Nordeste ainda mostram tendência de crescimento.
No cenário internacional, a OPAS aponta crescimento acelerado do subclado K na Europa e em países da Ásia, onde já representa parcela significativa das amostras analisadas. Na América do Norte, Estados Unidos e Canadá também registram aumento sustentado da circulação do vírus. Até agora, não há evidências de padrão semelhante na América do Sul.
O monitoramento internacional integra as avaliações semanais do Ministério da Saúde e é divulgado no Informe Epidemiológico Semanal da Vigilância das Síndromes Gripais, que reúne dados sobre influenza, covid-19 e outros vírus respiratórios de relevância em saúde pública.