Sóstenes nega irregularidades em operação da PF e diz não temer investigação

A operação, autorizada pelo STF, cumpriu sete mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e no Rio de Janeiro

Sóstenes foi alvo da PF

O deputado federal e líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou nesta sexta-feira (19) que não cometeu irregularidades e que não teme as investigações da Operação Galho Fraco, da Polícia Federal, que apura o desvio de recursos públicos da cota parlamentar por meio de contratos de locação de veículos.

Em coletiva de imprensa após a ação, Sóstenes disse que decidiu se manifestar publicamente para prestar esclarecimentos. “Eu não tenho nada a temer e, por isso, estou aqui de cabeça erguida para dar explicações aos meus eleitores, ao povo brasileiro e às instâncias judiciais”, afirmou.

A operação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), cumpriu sete mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e no Rio de Janeiro e teve como alvos Sóstenes e o deputado Carlos Jordy (PL-RJ). A investigação apura suspeitas de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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Segundo a Polícia Federal, assessores parlamentares teriam atuado de forma coordenada com empresas de locação de veículos para simular contratos de prestação de serviços, permitindo o ressarcimento indevido de despesas pela Câmara dos Deputados. A apuração também envolve movimentações financeiras consideradas incompatíveis com a renda declarada de servidores ligados aos gabinetes.

Ao comentar especificamente a suspeita relacionada ao aluguel de veículos, Sóstenes afirmou que utiliza desde o primeiro mandato um Toyota Corolla usado, alugado por valor abaixo do mercado. “Sempre gostei de gastar menos com aluguel de carro”, disse. “Se quisessem investigar de verdade, era só olhar as câmeras da Câmara para ver se o carro está comigo.”

O deputado também criticou a forma como relatórios do Coaf foram utilizados na investigação envolvendo assessores. “O Coaf soma movimentações ao longo de anos e cria uma narrativa que não corresponde à realidade”, afirmou, ao dizer que pessoas ligadas ao seu gabinete possuem outras atividades econômicas.

Sóstenes classificou a operação como perseguição política e a relacionou à sua atuação na CPMI do INSS. “Essa investigação é para perseguir quem é da oposição, quem é conservador”, afirmou. “Quem não deve, não teme.”

A Operação Galho Fraco é um desdobramento da Operação Rent a Car, realizada em dezembro de 2024, que já havia atingido assessores de Sóstenes e Carlos Jordy. As investigações seguem em andamento no Supremo Tribunal Federal.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio

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