Assessores ligados aos gabinetes dos
Os dados constam em relatórios da Polícia Federal anexados à petição que embasou a operação. De acordo com a investigação, parte dessas movimentações estaria relacionada a um suposto esquema de desvio de recursos da cota parlamentar, com indícios de lavagem de dinheiro e ocultação de valores.
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O maior volume é atribuído a Adailton Oliveira dos Santos, assessor especial vinculado à liderança do PL na Câmara, ligada ao deputado Sóstenes Cavalcante. Segundo a PF, ele movimentou R$ 11,49 milhões, dos quais R$ 2,78 milhões foram transferidos a beneficiários classificados como “nome não identificado”. Para os investigadores, o padrão das transações é incompatível com sua capacidade econômica.
Outro assessor citado é Itamar de Souza Santana, secretário parlamentar do deputado Carlos Jordy. Ele movimentou R$ 5,9 milhões, incluindo R$ 640 mil enviados a destinatários sem identificação. A investigação aponta que Itamar teria atuado como operador financeiro do esquema, com repasses entre empresas de locação de veículos e contas de servidores.
A petição também detalha as movimentações de Florenice de Souza Santana, que somaram R$ 3,93 milhões, com R$ 599 mil destinados a beneficiários não identificados. Ela é apontada como integrante do núcleo familiar que, segundo a PF, operava a circulação dos recursos.
Já Andrea de Figueiredo Desiderati movimentou R$ 6,6 milhões, parte deles oriundos da Câmara dos Deputados, além de R$ 827 mil enviados a destinatários sem identificação. A PF afirma que as transações são pouco transparentes e podem esconder a origem do dinheiro.
Por fim, Rosileide de Souza Santana Rocha movimentou R$ 702 mil, incluindo dois depósitos de R$ 130 mil cada, sem esclarecimento sobre a finalidade. Para a Polícia Federal, o padrão fragmentado das transações reforça a necessidade de aprofundamento da apuração.
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A Polícia Federal também aponta indícios da prática conhecida como “smurfing”, quando depósitos e saques são fracionados em valores menores para dificultar o rastreamento do dinheiro pelos órgãos de controle.
Segundo o ministro Flávio Dino, os relatórios apontam práticas típicas de lavagem de dinheiro, como fracionamento de depósitos e saques, além de indícios de uso de empresas de fachada para justificar despesas pagas com recursos públicos. Com base nesses elementos, o STF autorizou a quebra de sigilos bancário e fiscal dos investigados e o compartilhamento das informações com a Receita Federal.
As investigações seguem em andamento no Supremo e apuram suspeitas de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.