O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), falou pela primeira vez, durante o
“Nós estamos dando todo o apoio às investigações. Já havia suspeita por parte da Controladoria-Geral do estado, que já estava fazendo diversas averiguações. E eu espero que haja uma punição exemplar para aqueles que estejam realmente envolvidos em qualquer ato ilegal”, pontua Zema.
“É um absurdo usar a estrutura do estado em benefício pessoal para poder ter algum tipo de ganho financeiro, algo que eu pessoalmente abomino e combato arduamente. Uma das bandeiras do meu governo é combater a corrupção e sabemos que aquilo que aconteceu foi rigorosamente apurado”, completa.
A operação
A Polícia Federal cumpriu, na manhã de quarta-feira, 79 mandados de busca e apreensão e pelo menos 22 mandados de prisão preventiva, em Belo Horizonte e em outras regiões de Minas Gerais.
A megaoperação aconteceu contra um esquema de fraudes em licenças ambientais envolvendo a mineração. O principal alvo da operação é Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como líder da organização.
Ele seria responsável pelas decisões estratégicas, movimentações financeiras e articulações com servidores públicos. Alan é considerado o maior beneficiário dos recursos ilícitos e o articulador da continuidade dos crimes.
O grupo, segundo as investigações, movimentava valores bilionários por meio de empresas de fachada, propinas a servidores públicos e concessão irregular de licenças.
Na estrutura financeira do esquema aparecem também Felipe Lombardi Martins, conhecido como o “homem da mala”, e Jamis Prado de Oliveira Junior. Ambos eram responsáveis por triangulação de valores, controle de aportes e entrega de propinas em espécie a servidores públicos, utilizando empresas de fachada.
As investigações da PF identificaram ainda a participação de João Alberto Paixão Lages, apontado como articulador político e institucional do grupo criminoso. Ele seria responsável por tráfico de influência, pagamentos de propina e manipulação normativa junto a órgãos ambientais e culturais.
Outro investigado é Gilberto Henrique Horta de Carvalho, acusado de atuar como lobista para impedir projetos legislativos de proteção da Serra do Curral. Há indícios de que ele recebeu valores indevidos pela atuação.
De acordo com a PF, o esquema também contava com a participação de servidores públicos estratégicos. Entre eles está Rodrigo Gonçalves Franco, presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), acusado de conceder licenças fraudulentas, manipular pareceres técnicos e cobrar propinas.
Outro alvo é Leandro César Ferreira de Carvalho, ex-gerente regional da Agência Nacional de Mineração (ANM) em Minas Gerais, que, mesmo afastado do cargo, seguia fornecendo informações privilegiadas e antecipando decisões em benefício da organização.
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