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Na representação que municia a operação da PF, há prints de conversas entre os investigados se mobilizando para atuar junto a deputados estaduais para evitar a tramitação de dois PLs específicos. A troca de mensagens se deu entre o ex-parlamentar
O primeiro projeto é o PL 1.125/2022, da Câmara dos Deputados. O texto previa a criação do Parque Nacional da Serra do Curral. A região compreendida pela área de preservação era alvo das empresas Gute Sicht e Fleurs Global, que
O texto na esfera federal é de autoria do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) e ainda não foi votado em plenário. O último andamento do texto foi a designação da parlamentar Duda Salabert (PDT-MG) como relatora em agosto de 2023.
De acordo com a troca de mensagens obtida pela PF, sobre o PL 1.152/2022, Gilberto Carvalho afirmou que a dimensão da área a ser protegida pelo projeto “mataria” a viabilidade do chamado “Projeto Taquaril”, em referência ao bairro da capital mineira onde se daria parte da operação. Além de Belo Horizonte, a exploração da Serra do Curral acontecia em territórios pertencentes aos municípios de Sabará e Nova Lima.
Na esfera estadual, o lobby se deu para tumultuar a tramitação do PL 1.449/2023, apresentado pela deputada Beatriz Cerqueira (PT). O texto em questão prevê a criação do Monumento Natural Serra do Curral na área limítrofe entre os Municípios de Belo Horizonte, Nova Lima, Sabará, Raposos, Brumadinho, Ibirité, Sarzedo e Mário Campos.
Novamente, uma possível aprovação do texto protegeria a Serra, mas o projeto nunca saiu da fase inicial de tramitação. Mesmo após dois anos desde sua apresentação, ele segue na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o primeiro estágio para discussão de propostas na Assembleia.
Nos diálogos entre Lages e Carvalho reproduzidos na representação da Polícia Federal, há orientações explícitas para que o relator do projeto na CCJ fosse procurado e convencido a pedir vista, adiando a tramitação.
A operação
A investigação da PF aponta Gilberto Carvalho e João Alberto Lages como os responsáveis pela articulação institucional da organização. A rede de contatos para viabilizar as fraudes tinha influência na Agência Nacional de Mineração (ANM); na Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam); no Instituto Estadual de Florestas (IEF); e no Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).
Além do núcleo político, a operação indica outros nomes e divide a lista por sua atuação na suspeita de organização criminosa. Alan Cavalcante do Nascimento é apontado como o líder do grupo, responsável pelas decisões estratégicas e pelas movimentações financeiras.
No núcleo financeiro estão também Felipe Lombardi martins - conhecido como ‘homem da mala’ - e Jamis Prado de Oliveira Junior. A operação ainda expediu mandados contra autoridades como