Foi preso nesta quinta-feira (18), em Belo Horizonte, o
Durante a investigação, Castro teria repassado recursos de entidades associativas ao “Careca do INSS” e mantido vínculos com empresas e organizações suspeitas de integrar o esquema.
Os procedimentos da Operação Sem Desconto incluem 52 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de prisão preventiva, cumpridos em estados como São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais e Maranhão, além do Distrito Federal.
Segundo a Câmara dos Deputados, requerimentos aprovados pela CPMI do INSS apontam que Castro é sócio das empresas DM&H Assessoria e ACDS Call Center, além de ter recebido recursos de entidades como a Associação Brasileira de Previdência (Abraprev) e a Associação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas da Nação (Abapen). De acordo com o relator, as movimentações financeiras atribuídas ao empresário superam R$ 20 milhões.
Castro negou envolvimento nas irregularidades ao depor na CPMI do INSS, em outubro. Ele compareceu à comissão amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que garantiu o direito ao silêncio em situações de possível autoincriminação.
PF apreende 14 veículos avaliados em R$ 6,3 milhões na operação contra “Careca do INSS”
Outro nome citado é o de
Durante depoimento à comissão, prestado em setembro, Rubens negou sociedade com Antunes e afirmou atuar apenas como gestor financeiro. Ainda assim, ele chegou a ser preso em flagrante por falso testemunho e ocultação de documentos, mas foi liberado pouco depois pela Polícia Legislativa. O caso seguiu para análise da Justiça.
O que diz a defesa
Em nota conjunta, a defesa de Domingos Sávio de Castro, Rubens Oliveira Costa e Adelino Rodrigues Junior afirmou que, desde o início das apurações relacionadas à CPMI do INSS, adota uma postura colaborativa e transparente, colocando os clientes à disposição das autoridades.
Segundo os advogados, foram protocoladas manifestações junto ao STF reafirmando o compromisso com o esclarecimento dos fatos. A defesa informou ainda que não teve acesso completo aos autos, o que impede, por ora, o conhecimento dos fundamentos que motivaram as prisões preventivas. O acesso integral, segundo a nota, só ocorrerá após liberação formal do Supremo.
“Por fim, a defesa reforça sua confiança nas instituições, no devido processo legal e na apuração técnica e isenta dos fatos”, diz o texto assinado pelo escritório Barroso & Coelho Advocacia.
Operação Sem Desconto
A Operação Sem Desconto é conduzida pela Polícia Federal em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) e investiga um esquema que teria atuado entre 2019 e 2024, promovendo descontos associativos não autorizados diretamente nos benefícios de aposentados e pensionistas. O prejuízo estimado chega a R$ 6,3 bilhões.
Entre os alvos já conhecidos estão empresários, operadores financeiros, o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, seu filho Romeu Carvalho Antunes, além do senador Weverton Rocha (PDT-MA) e um assessor parlamentar.
No âmbito do governo, o então secretário-executivo da Previdência, Adroaldo Portal, foi exonerado, e o cargo passou a ser ocupado pelo procurador-federal Felipe Cavalcante e Silva.
As investigações seguem em andamento, e novos desdobramentos não são descartados.