Lula vai pedir ao Mercosul mais prazo para assinar acordo com União Europeia

Segundo o presidente, a Itália pediu mais tempo para convencer os agricultores

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (18) que pedirá mais tempo ao Mercosul para a assinatura do acordo comercial com a União Europeia, que anteriormente estava prevista para o próximo sábado (20), durante a cúpula do bloco sul-americano em Foz do Iguaçu (PR).

Em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto, Lula afirmou que a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, pediu um prazo maior para que ela consiga convencer os setores produtivos italianos a reduzirem a resistência ao acordo.

Negociado desde 1999, o tratado busca criar a maior área de comércio do mundo, com aproximadamente 718 milhões de consumidores e um Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de US$ 22 trilhões.

Apesar das cifras gigantescas, a assinatura esbarra na resistência de países europeus, sobretudo França, Itália e Polônia, que temem perder mercado com a chegada de produtos agrícolas sul-americanos.

Na terça-feira (16), o Parlamento Europeu deu aval a uma versão do acordo com regras mais rígidas de proteção ao agronegócio, exigência do governo de Emmanuel Macron para apoiar as medidas comerciais.

Pelas normas aprovadas, os benefícios tarifários aos países da América do Sul podem ser suspensos caso a União Europeia entenda que eles prejudicam o agronegócio europeu. Os parlamentares também aprovaram a possibilidade de abertura de uma investigação caso as importações de um produto agrícola aumentem 5% em três anos.

Ontem, Lula afirmou ainda manter a expectativa de que o tratado seja assinado no sábado, mas alertou para o encerramento das negociações caso não haja avanços.

“Faz 26 anos que a gente espera esse acordo. O acordo é mais favorável para eles do que para nós. Eu vou para Foz do Iguaçu na expectativa de que eles digam ‘sim’ e não digam ‘não’. Mas também, se disserem ‘não’, nós vamos ser duros, daqui para frente, com eles, porque nós cedemos a tudo o que era possível a diplomacia ceder”, concluiu.

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Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.
Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.

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