Ouvindo...

Deputados mineiros repercutem denúncia da PGR contra Bolsonaro e outras 33 pessoas

A denúncia não implica necessariamente na prisão ou na culpa do ex-presidente. O documento da PGR apenas valida o relatório da Polícia Federal

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas foram denunciadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), pela suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. A denúncia será analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e só se o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, aceitar, os denunciados irão se tornar réus.

Nas redes sociais, apoiadores e opositores mineiros do ex-presidente repercutiram a denúncia apresentada pela PGR.

Leia também

Bruno Engler

O deputado estadual, que tentou se eleger prefeito de Belo Horizonte em 2024, Bruno Engler (PL), classificou a denúncia como “ridícula”. Ele afirmou que o documento está cheio de “provavelmente” e “possivelmente”.

“Mais um documento para mostrarmos para o mundo! O crime tomou conta das instituições, um criminoso senta na cadeira da presidência”, escreveu o deputado no X, antigo Twitter.

Ele ironizou ainda dizendo que “denúncia na PGR não diminui o preço dos alimentos”.

Rogério Correia

Rogério Correia (PT), que também disputou a prefeitura de BH, disse que é “muito bom” ver o Ministério Público realizando um “trabalho sério”.

Ele ironizou dizendo que o ex-presidente está com “medo” de acordar com a Polícia Federal (PF) na “porta”.

Nikolas Ferreira

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL), aliado de Bolsonaro, ironizou perguntando se a PGR iria “concorrer ao Oscar” devido a “criatividade do roteiro”, se referindo ao documento.

Ele escreveu ainda que a denúncia contra o ex-presidente é “patética”.

Duda Salabert

A deputada federal Duda Salabert (PDT) disse que a dúvida agora é “quantos anos de cadeia” o ex-presidente irá pegar.

Lembrando que a denúncia da PGR não garante necessariamente a prisão de Bolsonaro. A denúncia ainda será analisada pelo STF e, se os denunciados virarem réus, ainda irão responder a uma ação penal em que podem ser condenados ou ainda absolvidos. Essa fase inclui a realização de audiências, interrogatórios e outras etapas de um processo judicial.

“O que sempre denunciamos agora está escancarado: tentaram destruir a democracia”, escreveu Duda.

Cristiano Caporezzo

O deputado Cristiano Caporezzo (PL) disse que o Brasil “conheceu um presidente que não veio para ser mais um dentro do sistema”, se referindo ao ex-presidente. Ele ainda afirmou que Bolsonaro “fez o que tinha que ser feito com honra e coragem”.

“Mas o sistema entrega a mão para salvar o braço, se reorganiza, articula novos interesses, cria novas lideranças, inventa narrativas esdrúxulas para não perder a mamata e custa caro... muito caro”, escreveu nas redes sociais.

Bella Gonçalves

Bella Gonçalves (PSOL), deputada estadual por Minas Gerais, escreveu em seu perfil no X, antigo Twitter, que a “justiça” está sendo feita. “Eu diria que já é carnaval! Justiça sendo feita, é hora de bebemorar! Tirem a cervejinha do congelador”, afirmou.

Zé Vitor

O deputado federal Zé Vitor (PL), declarou que “as narrativas” estão “tomando lugar dos fatos”.

Para o parlamentar, a denúncia da PGR é um “absurdo”. “Essa denúncia da PGR assusta. Frases fora do contexto se tornam provas, atos de baderna se tornam elementos”, disse.

Reginaldo Lopes

Segundo as palavras do deputado federal Reginaldo Lopes (PT), “a vontade do povo que governa, não a imposição de tiranos”. Ele escreveu que o ex-presidente conspirou contra a democracia, tramando para se manter no poder "à força”.

“No Brasil, NUNCA MAIS! Temos ódio e nojo à ditadura”, afirmou.

PGR denuncia 34 pessoas

A PGR apresentou na terça-feira (18) uma denúncia ao STF contra Bolsonaro e mais 33 pessoas pelo suposto plano de golpe de Estado, no fim de 2022.

O ex-presidente é acusado de organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado.

A acusação baseia-se em relatório da Polícia Federal que indicia Bolsonaro e outras 39 pessoas por suposta participação em plano para impedir a posse do presidente Lula (PT), em 2023.

O relatório da PF, com 884 páginas, foi enviado à PGR em novembro de 2024. Após análise, o procurador-geral Paulo Gonet decidiu formalizar a denúncia, que pode resultar em pena de até 28 anos de prisão para o ex-presidente, caso seja condenado.


Participe dos canais da Itatiaia:

Jornalista pela UFMG com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, atuou na produção de programas, na reportagem na Central de Trânsito e, atualmente, faz parte da editoria de Política.