A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 36 pessoas por tentativa de golpe de Estado no inquérito que apura os ataques de 8 de janeiro de 2023. O relatório final da investigação foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
O relatório final foi encaminhado com o indiciamento de 37 pessoas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
O pedido de indiciamento marca a conclusão da investigação, que focou nos responsáveis pela incitação, financiamento e organização dos acampamentos em frente aos quartéis do Exército, montados logo após a divulgação do resultado das eleições de 2022, quando Bolsonaro foi derrotado na tentativa de reeleição.
As investigações apontaram que os investigados se estruturaram por meio de divisão de tarefas, o que permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência dos seguintes grupos:
- Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
- Núcleo Responsável por Incitar Militares a aderirem ao Golpe de Estado;
- Núcleo Jurídico;
- Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;
- Núcleo de Inteligência Paralela;
- Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas.
Veja a lista completa de indiciados:
- Ailton Gonçalves Moraes Barros (Capitão reformado do exército)
- Alexandre Castilho Bitencourt Da Silva (Coronel do Exército)
- Alexandre Rodrigues Ramagem (Deputado Federal e ex-chefe da Abin)
- Almir Garnier Santos (Ex-comandante da Marinha)
- Amauri Feres Saad (Advogado)
- Anderson Gustavo Torres (Ex-ministro da Justiça)
- Anderson Lima De Moura (Coronel do Exército)
- Angelo Martins Denicoli (Major da reserva do exército)
- Augusto Heleno Ribeiro Pereira (General da reserva e ex-chefe do GSI)
- Bernardo Romao Correa Netto (Coronel do Exército)
- Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (dono do Instituto Voto Legal)
- Carlos Giovani Delevati Pasini (Coronel da reserva)
- Cleverson Ney Magalhães (Coronel do Exército)
- Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira (General da reserva)
- Fabrício Moreira De Bastos (Coronel da reserva)
- Filipe Garcia Martins (Ex-assessor de Bolsonaro)
- Fernando Cerimedo (Marqueteiro político)
- Giancarlo Gomes Rodrigues (Subtenente do Exército)
- Guilherme Marques De Almeida (Tenente-coronel do exército)
- Hélio Ferreira Lima (Tenente-coronel do exército)
- Jair Messias Bolsonaro (Ex-presidente da República)
- José Eduardo De Oliveira E Silva (Padre)
- Laercio Vergilio (General da reserva)
- Marcelo Bormevet (Policial Federal)
- Marcelo Costa Câmara (Coronel do exército e ex-assessor de Bolsonaro)
- Mario Fernandes (General da reserva)
- Mauro Cesar Barbosa Cid (Tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro)
- Nilton Diniz Rodrigues (General de brigada do Exército)
- Paulo Renato De Oliveira Figueiredo Filho (Jornalista)
- Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira (General da reserva e ex-ministro da Defesa)
- Rafael Martins De Oliveira (Tenente-coronel do Exército)
- Ronald Ferreira De Araujo Junior (Tenente-coronel do Exército)
- Sergio Ricardo Cavaliere De Medeiros (Tenente-coronel do Exército)
- Tércio Arnaud Tomaz (Ex-assessor de Bolsonaro)
- Valdemar Costa Neto (Presidente do PL)
- Walter Souza Braga Netto (General da reserva, ex-ministro e candidato a vice em 2022)
- Wladimir Matos Soares (Policial Federal)
O inquérito não diz respeito ao participantes, que já estão sendo julgados pelo STF em outras ações. Até o momento, o Tribunal já condenou ao menos 279 pessoas, e validou acordos com 476 acusados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
No total, ao menos 755 acusados tiveram sua situação jurídica definida e foram devidamente responsabilizados penalmente.