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Saiba quais partidos mais gastaram com cotas de divulgação parlamentar de deputados

Levantamento da Itatiaia detalha gastos com as cotas parlamentares e faz a divisão do a partir da legenda de cada deputado

Deputados têm acesso a uma cota para divulgação da atividade de seus mandatos

Donos das maiores bancadas da Câmara dos Deputados, o Partido Liberal (PL) e o Partido dos Trabalhadores (PT) lideram a lista das legendas que mais gastaram com verbas parlamentares para a divulgação do trabalho de seus parlamentares. Série da Itatiaia detalha a utilização de recursos públicos no Legislativo Federal e mostra como operam os integrantes de cada sigla.

Os gastos brutos de cada partido com a divulgação da atividade parlamentar seguem a lógica do tamanho das bancadas. Depois do PL e do PT, a lista segue com as legendas que têm mais representação na Casa: União Brasil, PP, Republicanos, MDB e PSD.

Ao todo, nesta legislatura, os deputados federais do Brasil já gastaram quase R$ 256 milhões com a divulgação de seus trabalhos. Veja a lista dos dez partidos que mais utilizaram a rubrica listada entre os destinos possíveis da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP):

  1. PL- R$ 40 milhões
  2. PT- R$ 32,4 milhões
  3. União Brasil- R$ 30,4 milhões
  4. PP- R$ 27, 8 milhões
  5. Republicanos- R$ 25,5 milhões
  6. MDB- R$ 24,2 milhões
  7. PSD- R$ 21,5 milhões
  8. PDT- R$ 10,3 milhões
  9. Podemos- R$ 8,5 milhões
  10. PSB- R$ 7,4 milhões

O levantamento foi feito a partir da base de dados abertos do Portal da Transparência da Câmara dos Deputados e leva em consideração todos os parlamentares que passaram pela Casa nesta legislatura. Isso significa que o número de integrantes de cada partido agrega também os suplentes que passaram pelo cargo temporariamente.

Quando se analisa a média do gasto de cada deputado por partido, o número é bem menos discrepante do que no levantamento de dados brutos de cada legenda.

Veja a lista completa de partido com o número de integrantes listados e seus gastos médios:

  1. PDT - 21 parlamentares listados - R$ 492 mil de gasto médio
  2. MDB 50 parlamentares listados - R$ 483 mil de gasto médio
  3. PP- 58 parlamentares listados - R$ 479 mil de gasto médio
  4. PV - 4 parlamentares listados - R$ 465,7 mil de gasto médio
  5. Republicanos - 56 parlamentares listados - R$ 456,3 mil de gasto médio
  6. PCdoB - 9 parlamentares listados- R$ 451,4 mil de gasto médio
  7. Podemos- 19 parlamentares listados - R$ 447,5 mil de gasto médio
  8. Solidariedade - 7 parlamentares listados - R$ 443,4 mil de gasto médio
  9. União Brasil - 69 parlamentares listados - R$ 441,6 mil de gasto médio
  10. PT - 74 parlamentares listados - R$ 438,3 mil de gasto médio
  11. PSB - 17 parlamentares listados - R$ 436, 4 mil de gasto médio
  12. Avante - 7 parlamentares listados - R$ 422,5 mil de gasto médio
  13. PSDB - 14 parlamentares listados - R$ 411,5 mil de gasto médio
  14. PSOL - 13 parlamentares listados - R$ 404,3 mil de gasto médio
  15. PL - 101 parlamentares listados - R$ 396 mil de gasto médio
  16. PSD - 57 parlamentares listados - R$ 377,5 mil de gasto médio
  17. PRD - 6 parlamentares listados - R$ 313,2 mil de gasto médio
  18. Novo- 5 parlamentares listados - R$ 271,2 mil de gasto médio
  19. Cidadania -3 parlamentares listados R$ 248,5 mil de gasto médio
  20. Rede - 1 parlamentar listado R$ 179 mil de gasto médio

Leia outras matérias da série:

O que é a divulgação de atividade parlamentar?

A divulgação da atividade parlamentar é uma das 13 modalidades de gastos cobertas pelas cotas e é a mais dispendiosa. O uso do recurso é definido como uma forma de informar as atividades do mandato do parlamentar aos eleitores.

O trabalho do deputado na apresentação de projetos, viagens oficiais, discursos e emendas empenhadas, por exemplo, pode ser apresentado aos eleitores com o emprego do dinheiro separado nas cotas parlamentares.

Entre os produtos pagos com o dinheiro se incluem anúncios em veículos de comunicação e em redes sociais na internet; produção de materiais gráficos como jornais, folhetos e revistas; a manutenção de sites oficiais do mandato; e serviços de assessoria de imprensa.

O que são as cotas parlamentares?

A Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) foi instituída em 2001 como uma forma de unificar as antigas verbas indenizatórias. O benefício reúne os gastos com divulgação; serviços de escritório; locação de automóveis e compra de combustíveis; e passagens aéreas.

O valor da cota para cada deputado varia de acordo com o estado que ele representa e é calculado de acordo com o preço da passagem aérea para Brasília. Cada parlamentar mineiro tem acesso a R$ 41.886,51 mensais. O maior valor é o de Roraima: R$ 51.406,33 e o menor, logicamente, é o do Distrito Federal: R$ 36.582,46.

  • Passagens aéreas, incluindo o despacho de bagagens pessoais e os serviços de acesso à internet oferecidos por companhias aéreas ou aeroportos;
  • Telefones dos gabinetes, dos escritórios nos estados e dos imóveis funcionais, e as despesas com o celular funcional do deputado;
  • Manutenção de escritórios de apoio à atividade parlamentar, como locação de imóveis, energia elétrica, água e esgoto, acesso à internet, entre outros;
  • Assinatura de publicações;
  • Alimentação do deputado;
  • Hospedagem, exceto no Distrito Federal;
  • Despesas com locomoção por locação de aeronaves, veículos automotores, embarcações, táxi, pedágio e estacionamento;
  • Combustíveis e lubrificantes (limite inacumulável de R$ 9.392,00 mensais);
  • Serviços de segurança de empresas especializadas (limite inacumulável de R$ 8.700,00 mensais);
  • Divulgação da atividade parlamentar (exceto nos 120 dias anteriores à data das eleições, se o deputado for candidato);
  • Participação em cursos, congressos ou eventos, realizados por instituição especializada (limite mensal inacumulável de 25% do valor da menor cota – hoje R$7.697,17);
  • Complementação de auxílio-moradia, de acordo com o Ato da Mesa 104/88 (limite inacumulável de R$ 4.148,80 mensais).
  • Aquisição de tokens e certificados digitais.
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Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.