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Julgamento de Bolsonaro repercute na ALMG: ‘ato político’ e ‘muito importante’

Deputados estaduais divergem sobre julgamento do ex-presidente; Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal formou maioria pela condenação de Bolsonaro e mais sete réus

Deputado Bruno Engler (PL), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e deputado Leleco Pimentel (PT), aliado do presidente Lula (PT).

Deputados estaduais da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) repercutem o voto da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF) — que formou maioria pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Primeira Turma.

Enquanto apoiadores de Bolsonaro afirmam que o julgamento é político, parlamentares do bloco oposto consideram o ato um momento histórico importante.

Em contato com a Itatiaia, o deputado estadual Bruno Engler (PL) disse que a condenação era esperada, mas juridicamente apresenta falhas que foram expostas no voto do ministro Luiz Fux — o único que, até agora, votou pela absolvição do ex-presidente.

“E só realmente lamentar que ministros da Suprema Corte estão dispostos a rasgar a nossa Constituição, cuspir no nosso ordenamento jurídico apenas para perseguir um adversário político”, finalizou.

‘Momento importante’ e ‘grandeza’

Do outro lado, a deputada estadual Lohanna (PV) disse que considera a decisão um “momento muito importante da história nacional”. “É importante do ponto de vista do nosso passado, porque esse país teve uma sucessão de tentativas de golpes - e golpes que efetivamente foram dados - e apesar disso ninguém foi adequadamente responsabilizado. É importante também porque deixa bem claro que o único espaço para disputa é dentro do campo da democracia, onde as pessoas podem perder e podem ganhar eleições e é importante do ponto de vista da justiça”, disse.

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Para a deputada, é simbólico para a democracia brasileira que o voto que formou a maioria pela condenação na Primeira Turma da Suprema Corte tenha sido de uma mulher — a ministra Cármen Lúcia — “sendo as mulheres o grupo que foi mais achincalhado e tratado como lixo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro”, segundo Lohanna.

Maioria pela condenação

O voto de Cármen Lúcia confirmou a maioria pela condenação de Jair Bolsonaro (PL) mais sete réus por organização criminosa. A ministra acompanhou o relator da ação, Alexandre de Moraes, e o magistrado Flávio Dino no voto proferido nesta quinta-feira (11).

O único a divergir foi o ministro Luiz Fux, que considerou que todos os oito réus são inocentes do crime durante a leitura do voto na quarta-feira (11).

Quem são os réus?

  • Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
  • Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro e candidato a vice na chapa derrotada.

Após a conclusão do voto de Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, os magistrados ainda irão discutir a dosimetria, que é o tamanho das penas. A discussão deve levar em conta o grau de importância da participação de cada réu nos fatos criminosos.

Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.