Saiba por qual motivo Ramagem e Eduardo Bolsonaro perderam os mandatos

Mesa Diretora da Câmara dos Deputados declarou, nesta quinta-feira (18), a perda de mandato dos parlamentares do PL

Decisão foi tomada de forma administrativa e oficializa a cassação dos mandatos dos dois parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro

A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados declarou, nesta quinta-feira (18), a perda de mandato parlamentar dos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ). A decisão foi tomada de forma administrativa e oficializa a cassação dos mandatos dos dois parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência, teve o mandato cassado após condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação na trama golpista investigada após as eleições de 2022. Já Eduardo Bolsonaro perdeu o mandato por ultrapassar o número de faltas permitido pela legislação interna da Câmara. A decisão teve como base o artigo 55, inciso III, e § 3º, da Constituição Federal.

“O deputado Eduardo Bolsonaro perdeu o mandato por ter deixado de comparecer, na presente sessão legislativa, a um terço das sessões deliberativas”, disse a Câmara em nota. Eduardo Bolsonaro reside nos Estados Unidos desde o início deste ano. O parlamentar afirmou que a mudança ocorreu para evitar uma suposta perseguição política e jurídica no Brasil. Ele tentou exercer o mandato à distância e evitar o registro de ausências na Câmara, o que não foi possível.

No caso do deputado Alexandre Ramagem, a decisão considerou que ele deixou de comparecer, na sessão legislativa subsequente, a um terço das sessões deliberativas da Câmara. Ramagem está foragido nos Estados Unidos. Ele deixou o Brasil no mesmo mês em que a Primeira Turma do STF o condenou a 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão, pelos crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado.

Reação

O líder do Partido Liberal na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), lamentou a decisão do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), de cassar os mandatos dos correligionários Eduardo Bolsonaro (SP) e Alexandre Ramagem (RJ) nesta quinta-feira (18). Segundo o líder bolsonarista, a decisão é grave e representa um passo no “esvaziamento da soberania do parlamento”.

“Não se trata de um ato administrativo rotineiro. É uma decisão política que retira do plenário o direito de deliberar e transforma a Mesa em instrumento de validação automática de pressões externas. Quando mandatos são cassados sem o voto dos deputados, o Parlamento deixa de ser Poder e passa a ser tutelado”, disse Sóstenes Cavalcante.

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Aline Pessanha é jornalista, com Pós-graduação em Marketing e Comunicação Integrada pela FACHA - RJ. Possui passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, como repórter de TV e de rádio, além de ter sido repórter na Inter TV, afiliada da Rede Globo.
Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.
Jornalista formado pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH) e pós-graduado em Jornalismo nos Ambientes Digitais pela mesma instituição. Possui experiência como repórter, produtor e coordenador de telejornal.

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