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Nikolas evita polêmica entre Zema e família Bolsonaro e defende coalizão contra o PT

O governador não participou dos atos em defesa do ex-presidente na capital mineira neste domingo (7), mas é aguardo na manifestação em São Paulo

Governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL).

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) evitou comentar as críticas feitas ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), pelos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os parlamentares Eduardo (PL-SP) e Carlos Bolsonaro (PL-RJ). Segundo Nikolas, “cada um faz seu juízo de valor” e “tem liberdade para defender seu ponto de vista”, declarou ele durante coletiva de imprensa neste domingo (7), em Belo Horizonte.

Cotado como um dos possíveis candidatos ao governo de Minas em 2026, Nikolas afirmou, no entanto, que é necessário construir uma coalizão para “lutar contra um inimigo em comum: o Partido dos Trabalhadores [PT]”.

A tensão entre aliados de Bolsonaro e o governador mineiro aumentou após Zema declarar que os interesses pessoais não deveriam se sobrepor aos do Brasil — referência à atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. O deputado é apontado como articulador da taxação de 50% imposta pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros.

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Em resposta, Eduardo Bolsonaro, que está fora do país, afirmou que o governador estaria mais preocupado “com a turminha da elite financeira”.

Sem citar diretamente o nome de Zema, o vereador Carlos Bolsonaro compartilhou mensagens nas redes sociais chamando governadores de direita de “ratos”, acusando-os de oportunismo político.

Zema, por sua vez, evitou ampliar o desgaste com a família Bolsonaro. Declarou apenas que ficou “surpreso”, mas que “compreende” as reações. Na ocasião, disse à imprensa que se solidariza com os familiares do ex-presidente, “que vivem um momento difícil”.

Ato em BH

Também neste domingo, lideranças políticas e apoiadores de Bolsonaro se reuniram na Praça da Liberdade, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, em um ato que pediu o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, relator no Supremo Tribunal Federal (STF) do processo que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente e outros sete réus do chamado “núcleo crucial”.

Durante a manifestação, os participantes também direcionaram críticas a Moraes, “agradeceram” a Donald Trump pela taxação contra o Brasil e pediram “liberdade” para Jair Bolsonaro, que está em prisão domiciliar por descumprimento de medidas cautelares.

O governador Romeu Zema acompanhou os desfiles cívico-militares de 7 de setembro em Belo Horizonte, mas não participou do ato organizado por aliados de Bolsonaro na capital mineira. Sua presença, no entanto, é aguardada em São Paulo, onde apoiadores do ex-presidente irão se reunir na avenida Paulista a partir das 15h.

Além de Zema, também são esperados no protesto o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB).

Em entrevista à Itatiaia, o deputado Nikolas Ferreira, que esteve presente no evento em Belo Horizonte, afirmou que não irá ao ato na Paulista.

Jornalista pela UFMG com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, atuou na produção de programas, na reportagem na Central de Trânsito e, atualmente, faz parte da editoria de Política.