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Governo Zema descarta impacto de prorrogação do Propag e quer privatizar Copasa

Reunião de Comitê Gestor que analisa adesão de Minas ao programa federal de renegociação da dívida diz que novas medidas do governo Lula não alteram planos

Governo Zema mantém planos de vender a Companhia de Saneamento de Minas Gerais

Apesar da estratégia da oposição de argumentar que a prorrogação dos prazos de adesão ao Propag retira a urgência da aprovação da PEC 24, o governo Zema segue disposto a vender a Copasa ainda neste ano. A Itatiaia apurou que a ampliação do prazo de entrada no programa de renegociação das dívidas estaduais até 2026 não afeta os planos do executivo.

A Proposta de Emenda à Constituição, que já foi aprovada nas comissões temáticas da Assembleia e está pronta para ir a plenário em primeiro turno, exclui a exigência da realização de um referendo popular para privatizar a estatal.

Uma reunião ordinária do Comitê Gestor do Propag (CGPropag) realizada nesta quarta-feira (15) teve como um dos assuntos principais a Companhia de Saneamento de Minas Gerais. Lá, integrantes do governo Zema reforçaram a prioridade do executivo na venda da Copasa, usando o entendimento de que a estatal será privatizada, e não federalizada. Por isso, a prorrogação do prazo de adesão e para envio de laudos ao BNDES, prevista na medida federal, vale para os estados que pretendem transferir ativos à União como forma de amortizar parte da dívida — o que não é o caso da Companhia.

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Na prática, isso significa que o governo mantém a estratégia de vender a estatal de saneamento e usar os recursos arrecadados para cumprir exigências do Propag, entre elas os investimentos mínimos em educação e infraestrutura, equivalentes a 1% do estoque da dívida por ano.

Esse investimento obrigatório é um dos fatores que ainda impedem a adesão imediata ao programa, já que o Estado precisaria desembolsar o valor antes mesmo de receber os benefícios da renegociação.

Eleição à vista

O calendário eleitoral de 2026 é outro elemento levado em conta pela gestão. A avaliação interna é que a privatização precisa ocorrer ainda neste ano, antes da intensificação do debate político no próximo ciclo eleitoral.

A reunião contou com a presença do vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), e nomes como o do secretário de estado de fazenda, Luiz Cláudio Gomes, do secretário adjunto de Planejamento e Gestão, Rodrigo Ferreira Matias, entre outros representantes de secretarias e assessorias do governo.

Enquanto isso, na Assembleia Legislativa, a PEC 24, que retira a exigência de referendo popular para autorizar a privatização de estatais, segue pronta para ser votada em primeiro turno. A oposição mantém a estratégia de concentrar forças na Codemig, defendendo que a federalização da companhia seria suficiente para garantir a adesão de Minas ao Propag, sem a necessidade de vender a Copasa.

Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.