Zema responde à convocação para depor na CPMI do INSS e diz estar ‘incomodando’ como candidato

O nome do governador mineiro foi envolvido nas investigações da CPMI em função da Zema Financeira, empresa pertencente ao Grupo Zema, ligado à família do político

Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais

O governador de Minas Gerais e pré-candidato à Presidência da República, Romeu Zema (Novo), respondeu, na noite desta quinta-feira (4), à convocação para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS para explicar as operações de uma financeira de sua família ao colegiado. O requerimento, apresentado pelo deputado federal Rogério Correia (PT), teve apoio da maioria da comissão e obriga o comparecimento do governador.

“Olha aqui, eu entrei na política exatamente para combater esse tipo de coisa que está acontecendo. Mas, infelizmente, do PT e da turma do PT que já destruíram Minas, a gente pode esperar de tudo. Agora inventaram mais essa da CPMI para ser utilizada como retaliação eleitoral. E nós sabemos muito bem o motivo. Eles têm medo da eleição, de gente competente, de gente que faz o certo. A empresa da minha família nunca foi investigada por nada”, destacou.

Zema reforça que no próprio ofício da convocação não há apontamento de “uma única suspeita, por menor que seja” e que a atuação da empresa é “muito clara e muito transparente”.

“Quando assumiu o governo de Minas, o Estado estava arruinado por esse PT, que dava o calote em todo mundo com escândalos e colocou Minas na maior crise da sua história. E nós provamos aqui que é, sim, possível arrumar aquilo que eles estragaram. Por isso, essa convocação para a CPI não é, de forma alguma, busca pela verdade. É, sim, uma retaliação eleitoral contra um pré-candidato que parece estar incomodando muito”, afirmou.

O nome do governador mineiro foi envolvido nas investigações da CPMI em função da Zema Financeira, empresa pertencente ao Grupo Zema, ligado à família do político.

Segundo o requerimento, a instituição oferecia empréstimos consignados para aposentados e pensionistas do INSS, com descontos diretos na folha de pagamento que poderia chegar a 40% de desconto, além de permitir a portabilidade de contratos originados em outras instituições financeiras.

Para o deputado Rogério Correia, a atuação da empresa “requer especial atenção” da CPMI, já que o governador é herdeiro e ex-administrador do grupo familiar.

Antes mesmo da votação, o governador enviou uma carta ao colegiado - lida pelo presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG) - na qual se coloca à disposição para prestar esclarecimentos. A mensagem reforçou a decisão dos parlamentares de aprovar a convocação.

A data do depoimento será definida nas próximas semanas, dentro de uma fase mais midiática de oitivas e quebras de sigilo.

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Jornalista pela UFMG, Lucas Negrisoli é editor de política. Tem experiência em coberturas de política, economia, tecnologia e trends. Tem passagens como repórter pelo jornal O Tempo e como editor pelo portal BHAZ. Foi agraciado com o prêmio CDL/BH em 2024.

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