Senado pode avançar com reforma da Lei de Impeachment para reagir ao STF

Líderes começaram a discutir resposta à decisão do ministro Gilmar Mendes que limitou à PGR a prerrogativa de pedir a destituição de integrantes da Corte

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal

Líderes do Senado já começaram a discutir uma reação à decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), desta quarta-feira (3) de restringir à Procuradoria-Geral da República (PGR) a prerrogativa de pedir o impeachment de integrantes da Corte.

A Itatiaia apurou que uma das possibilidades estudadas é avançar com o projeto de lei que atualiza a Lei de Impeachment.

Sancionada em 1950, a norma define os crimes de responsabilidade que podem ser atribuídos ao presidente da República, aos ministros de Estado e do Supremo Tribunal Federal (STF) e ao procurador-geral da República, assim como o rito de julgamento.

De autoria do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a proposta de reforma da lei tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) desde 2023, sob a relatoria do senador Weverton Rocha (PDT-MA).

O texto inclui outras autoridades sujeitas a crimes de responsabilidade, como os comandantes das Forças Armadas, governadores, secretários estaduais, juízes e integrantes do Ministério Público, e define os órgãos responsáveis pelo julgamento.

Além disso, o texto também estabelece quem pode pedir o impeachment dessas autoridades.

Pela proposta, fica mantida a possibilidade de que cidadãos comuns apresentem denúncia contra autoridades por crime de responsabilidade, desde que a petição “preencha os requisitos da iniciativa legislativa popular”, no âmbito federal, estadual ou distrital.

Com isso, argumenta um líder ouvido pela reportagem, a decisão de Gilmar Mendes perderia o efeito, já que a nova lei estaria submetida à Constituição de 1988. Em sua determinação, o ministro considerou que a norma de 1950 contém regras incompatíveis com a independência e a estabilidade dos ministros, como a vitaliciedade e a proteção contra pressões políticas.

Leia também

Nossos repórteres escrevem todos os dias notas dos bastidores de Brasília
Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.

Ouvindo...