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BR-381: acordo para retirar famílias das margens da rodovia será assinado em novembro

Ministro Antonio Anastasia anunciou que acordo para destravar um dos maiores gargalos da ‘Rodovia da Morte’ será assinado em 7 de novembro

BR-381: obras de duplicação vai exigir processo de desapropriação de centenas de famílias

Após anos de impasses e incertezas, o futuro dos moradores das margens da BR-381, na saída para Santa Luzia e Sabará, terá um episódio decisivo no dia 7 de novembro.

A data vai marcar a assinatura de um acordo fechado entre a Prefeitura de Belo Horizonte, o Tribunal de Contas da União (TCU) e Tribunal Regional Federal (TRF) para que os moradores sejam realocados e deixem o local onde estão previstas obras de duplicação da ‘Rodovia da Morte’.

Em entrevista à Itatiaia, o ministro Antonio Anastasia, do Tribunal de Contas da União (TCU), anunciou a assinatura do acordo que pode colocar um ponto final no impasse sobre a obra no trecho mais complexo da BR-381.

“No dia 7 de novembro, em menos de um mês, nós teremos uma assinatura do protocolo definitivo que vai permitir à prefeitura de BH, Urbel, TRF e TCU a alocação definitiva dos recursos e a mudança da realidade”, afirmou Anastasia.

Gargalo de décadas

O acordo é considerado fundamental para destravar um dos principais gargalos da BR-381. A duplicação da rodovia na região mais próxima de BH é considerada complexa, uma vez que as margens da via foram invadidas e milhares de famílias ocupam o local.

“Nós temos um espinho. Essa saída de BH, que vai para Caeté, na região de Santa Luzia e próximo ao Rio das Velhas, com o passar dos anos foi sendo ocupada. A margem da rodovia, onde seria o acostamento, foi sendo ocupada por habitações populares. As pessoas foram mudando e ali se tornou uma ocupação com centenas, talvez milhares de famílias. Tornando a região perigosa pelos atropelamentos e impedindo a expansão da rodovia. Nós tiramos da concessão esse trecho porque sabíamos que o concessionário não teria condições de resolver isso”, explica Anastasia.

Veja mais: BR-381: início das obras em trecho próximo a BH fica para 2026

O ministro do TCU relembrou uma tentativa que foi feita há mais de dez anos para retirar as famílias das margens da BR, mas o plano fracassou quando o terreno que receberia os moradores foi invadido.

“Interessante é que há mais de 10 anos o governo federal fez esse esforço. Em 2012, o governo e a prefeitura fizeram um acordo com objetivo de retirar aquelas pessoas dali, com toda dignidade e atenção, dar a eles moradia digna, e permitir que aquele trecho fosse reincorporado à rodovia para sua expansão. Lamentavelmente não deu certo naquela época. Os terrenos comprados foram invadidos por terceiros”, relembrou Anastasia.

A prefeitura de BH identificou terrenos que vão ser disponibilizados para receber essas pessoas. A prefeitura ficará incumbida de fazer a urbanização necessária. Será um ganha-ganha, quem mora lá receberá moradia digna, a prefeitura cumpre seu dever e a estrada poderá ser desocupada. Essa realocação tem todo um ritual para não ter problemas. É sempre uma questão delicada, que está sendo acompanhada pela Defensoria Pública e pelo Ministério Público”, avalia o ministro.

Trecho sob responsabilidade do poder público

O trecho de 31 quilômetros (divididos em dois lotes: 8A e 8B) que ficará sob responsabilidade do governo federal é considerado o mais complexo em todo o projeto de duplicação da BR-381, entre BH e Governador Valadares. O restante da BR-381 ficará sob gestão da concessionária Nova 381, da empresa 4UM Investimentos.

O Lote 8A, que vai do entroncamento que liga a BR-381 até Caeté até o trevo de Ravena, tem 18 quilômetros (do km 422,40 ao km 440,40). O Lote 8B, que vai do trevo de Ravena até o Anel Rodoviário de BH, próximo à Vila da Luz, tem 13,76 quilômetros (do km 445 ao km 458,40).

Inicialmente prometido para começar em 2025, segundo o DNIT, as obras no trecho vão começar em 2026.

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Jornalista, doutora em Ciência Política e pesquisadora
Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.
Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.