O início das obras na BR-381, no trecho entre o Anel Rodoviário de Belo Horizonte, Santa Luzia e Sabará, ficou para 2026.
A informação foi confirmada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), órgão do governo federal responsável pelas
O trecho de 31 quilômetros (divididos em dois lotes: 8A e 8B) que ficará sob responsabilidade do governo federal é considerado o mais complexo em todo o projeto de duplicação da BR-381, entre BH e Governador Valadares.
O Lote 8A, que vai do entroncamento que liga a BR-381 até Caeté até o trevo de Ravena, tem 18 quilômetros (do km 422,40 ao km 440,40). O Lote 8B, que vai do trevo de Ravena até o Anel Rodoviário de BH, próximo à Vila da Luz, tem 13,76 quilômetros (do km 445 ao km 458,40).
A obra na parte mais próxima da capital envolve a desapropriação de 300 imóveis e o reassentamento de 1.750 famílias que moram às margens da ‘Rodovia da Morte’.
O orçamento federal de 2025 prevê um montante de R$ 95 milhões para as ações na BR-381, montante que será usado para a elaboração dos projetos de engenharia.
“O DNIT informa que a previsão de início das obras do Lote 8A, na BR-381, é no início de 2026, pois é necessário aguardar a elaboração e aprovação dos projetos de engenharia em andamento. Quanto ao Lote 8B, é necessário aguardar a assinatura do contrato para que as equipes iniciem a elaboração dos projetos de engenharia e, posteriormente, as obras do empreendimento”, informou o órgão federal.
A assinatura do contrato para a elaboração dos projetos do Lote 8B está prevista para acontecer nas próximas semanas.
“O Consórcio CLC/Conserva/Tecnogeo é o vencedor da licitação, para a elaboração dos projetos básico e executivo de engenharia e execução das obras de duplicação de 13,76 quilômetros da rodovia e construção de 17 obras especiais (como viadutos, trincheiras e retornos)”, informou o DNIT.
O contrato terá vigência de 1.440 dias, ou seja, em quatro anos a empresa deverá elaborar os projetos e executar as obras na BR-381.
Reassentamento de famílias
Ainda de acordo com o governo federal, ainda não há previsão de data para o início do processo de
“O Dnit está avançando em articulação com a Justiça Federal, Ministério Público Federal, Defensoria Pública da União, Ministério das Cidades e os municípios envolvidos para formalização de um novo Acordo Judicial”, informou o Ministério dos Transportes.
Segundo fontes do governo federal ouvidas pela Itatiaia, as negociações sobre as desapropriações estão sendo feitas com as prefeituras de Belo Horizonte, Sabará e Santa Luzia.
“No caso do Lote 8A, as equipes da autarquia já concluíram o cadastramento das famílias e a selagem dos imóveis. A autarquia reitera que tem realizado as devidas comunicações e apresentações à comunidade sobre os procedimentos a serem adotados em cada etapa de realocação”, informou o DNIT.
As modalidades de reassentamento previstas pelo DNIT são a compra assistida, construção de unidades habitacionais e compensação monetária.
Promessa adiada
Em fevereiro deste ano, em entrevista exclusiva à Itatiaia,
“A primeira parte da duplicação será iniciada neste trecho de Belo Horizonte até Caeté. Já tem licitação, já tem contrato, já demos a ordem de serviço, está na fase final da elaboração do projeto executivo, e, daqui a pouquinho, começa a obra de duplicação”, disse Renan Filho.
Diálogo com as prefeituras
A prefeitura de BH informou que participará do processo de reassentamento das famílias que vivem às margens da rodovia e que o município e o DNIT estudam as diretrizes para a assinatura de um convênio.
A prefeitura de Santa Luzia também está participando das discussões com o órgão federal e informou, por meio de nota, que estão sendo feitos levantamentos topográficos do trajeto a ser duplicado e que há uma estimativa de remoção de aproximadamente 600 a 900 famílias no trecho.
“A prefeitura foi comunicada da exigência, por parte do governo federal, de que os municípios envolvidos cedam terrenos como contrapartida para a construção das unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV)”, informou.
“No entanto, a prefeitura reforça que, até o momento, não há recursos próprios suficientes para arcar com a totalidade do reassentamento. Por isso, está em articulação com outras prefeituras da região e pretende sensibilizar o governo federal para que o projeto tenha um caráter não apenas social, mas também de desenvolvimento econômico, com a criação de distritos industriais e empresariais ao longo do novo corredor logístico da BR-381”, finalizou a prefeitura de Santa Luzia.
A prefeitura de Sabará também informou que já deu início às tratativas com o governo federal para reassentar famílias às margens da ‘Rodovia da Morte’. “Nas tratativas do DNIT para o processo de desapropriação, até o momento está sendo pactuado que os custos ficarão por conta do governo federal, o município irá empenhar seu corpo técnico e suas ferramentas no sentido de possibilitar alternativas, tais como a compra assistida, a realocação através de programas habitacionais ou ainda no processo de indenização das famílias que serão afetadas”, explicou a prefeitura.