Aos 80 anos, o presidente Lula (PT) afirmou que irá
disputar a reeleição em 2026. Caso vença, o petista encerrará o quarto mandato aos 85 anos e não poderá disputar o pleito de 2030 — isso porque a Constituição do país veda a reeleição para um terceiro mandato consecutivo.
Nesse cenário, o campo progressista precisaria de um novo nome para disputar as eleições. Para a ex-deputada federal e ex-vereadora de Belo Horizonte,
Áurea Carolina, a resposta para a linha de sucessão estaria dentro das próprias bases políticas. “O que me interessa é ver a emergência de lideranças populares que tenham enraizamento nas várias formas de defesa, de bem viver para as pessoas e que, de preferência, sejam mulheres periféricas, trabalhadoras, negras — até porque essa é a cara da maioria do povo brasileiro”, disse.
Sem citar nomes, a ex-deputada — que pretende disputar o Senado por Minas Gerais em 2026 — afirmou que é natural que “homens brancos” e “herdeiros de um capital político” se coloquem como possíveis alternativas. “Estou muito mais interessada em ver gente que está no dia a dia, fazendo mutirões, trabalhando em redes de solidariedade, organizações comunitárias e defendendo o acesso à saúde e à educação”, explicou à reportagem.
Atualmente, a linha de sucessão do presidente Lula inclui nomes como o ministro da Fazenda,
Fernando Haddad (PT); o ministro da Secretaria-Geral da Presidência,
Guilherme Boulos (PSOL); e o prefeito do Recife,
João Campos (PSB), pré-candidato ao governo de Pernambuco em 2026.
“
A gente tem um desgaste com a polarização, o desgaste de uma parte da sociedade com essa lógica personalista. Precisamos começar a ver projetos mais coletivos e compartilhados, menos calcados no personalismo. Acho que isso é mais interessante do que saber quem é o fulano ou o ciclano que vai ocupar essa cadeira [da Presidência]”.
— disse Áurea.
Senado em 2026
Após não disputar a reeleição para a Câmara Federal em 2022 e se
desfiliar do PSOL em 2023, Áurea Carolina se prepara para voltar ao jogo político.
A ex-parlamentar deve retornar ao partido em dezembro, com o objetivo de disputar uma das vagas de Minas no Senado Federal.
Para a Itatiaia, Áurea afirmou que está “com muita disponibilidade para dialogar amplamente” com partidos do campo progressista e também com parlamentares sobre a candidatura.
“Não podemos cogitar a hipótese de uma regressão no governo federal. É preciso garantir a continuidade e essa retomada do Brasil democrático”, concluiu.