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Boulos chama consórcio anunciado por governadores no Rio de ‘antipatriótico’

O ministro afirmou que os governadores querem usar a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, para fazer “demagogia eleitoral”

Guilherme Boulos tomou posse na última quarta-feira (29).

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos (PSOL), afirmou que o “Consórcio da Paz”, anunciado por alguns governadores no Rio de Janeiro na última quinta-feira (30), trata-se, na verdade, de um “consórcio antipatriótico” que teria como objetivo “atiçar o intervencionismo estrangeiro contra o Brasil”.

Ao todo, sete governadores participaram do encontro no Palácio Guanabara com o governador do Rio, Cláudio Castro (PL). O gesto de apoio ao governo fluminense, após a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, na última terça-feira (28), também serviu para fazer críticas ao presidente Lula (PT).

A proposta prevê integração entre os estados para troca de informações de inteligência, apoio financeiro e envio de contingente policial no combate ao crime organizado.

Nas redes sociais, nesta sexta-feira (31), Boulos afirmou que governadores de extrema-direita “se reuniram para atacar o governo federal e defender a posição de [Donald] Trump, que qualifica o narcotráfico como terrorismo”.

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Segundo o ministro, a justificativa de combate a grupos terroristas estaria sendo usada pela Casa Branca para praticar “intervenção armada na América Latina”.

Os Estados Unidos realizam, desde setembro, ataques no Caribe e no Pacífico, alegando que as ações seriam uma investida contra cartéis de drogas latino-americanos. “Se estivessem de fato preocupados com o combate ao crime organizado, teriam dado apoio à PEC da Segurança Pública do governo Lula. Querem apenas usar a crise do Rio de Janeiro para fazer demagogia eleitoral. Lamentável!”, escreveu Boulos.

O encontro de quinta-feira foi organizado pelo governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL). Além dele e de Castro, estiveram presentes Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; Eduardo Riedel (PP), do Mato Grosso do Sul; Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo — que participou remotamente —, e Celina Leão (PP), vice-governadora do Distrito Federal.

A reunião também foi criticada pela ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Gleisi Hoffmann (PT).

Graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já foi produtora de programas da grade e repórter da Central de Trânsito Itatiaia Emive.