Ouvindo...

Vídeo: moradores da Penha relatam abuso de autoridade durante megaoperação contra CV

Denúncias incluem agressões, uso de spray de pimenta e prisões na ação que deixou pelo menos 119 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro

A megaoperação contra o CV (Comando Vermelho) que aconteceu nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, é a mais letal da história do estado

Moradoras da região da Pedreira, no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, relataram abusos cometidos por autoridades durante a megaoperação contra o Comando Vermelho (CV), realizada na última terça-feira (28).

Número de mortes em megaoperação no Rio de Janeiro supera o massacre do Carandiru

Relato da moradora

A moradora Nathália Rodrigues de Jesus, grávida, contou à Itatiaia que estava em casa com crianças quando os policiais chegaram. Segundo ela, houve agressões e uso de spray de pimenta.

Nathalia junto com Sarah, outra moradora da região, relataram ainda que familiares foram acusados injustamente de envolvimento com o tráfico.

“Meu primo e minha prima foram acusados de tráfico sem motivo. Agrediram minha prima, puxaram seu cabelo e a prenderam. Ela é trabalhadora e tem um filho de seis anos. Nada justifica o que fizeram com ela”, contou Sarah, sobre os familiares de Nathália.

Vídeo mostra fila de corpos levados na Penha após operação mais letal do Rio de Janeiro

Outros relatos

Outros moradores afirmaram que pessoas que se renderam foram executadas durante a operação.

“O esposo de uma amiga se rendeu, enviou a localização para a esposa e falou que estava se entregando. Mesmo assim, encontramos o corpo dele torturado na mata. Muitos estavam torturados, alguns com mutilações. Isso indica que não estavam apenas em troca de tiros, foram executados.”

‘Operação Contenção’

A operação, batizada de “Operação Contenção”, foi considerada a mais letal da história do estado. A ação teve como foco as comunidades da Penha e do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio.

Saiba quem era Japinha do CV, traficante que morreu na megaoperação do RJ

O primeiro balanço apontava 64 mortos, entre eles quatro policiais. O segundo balanço, divulgado nesta quarta (29) pela Defensoria Pública, aponta 132 mortes. Posteriormente, a Polícia Civil do RJ divulgou que foram 119 mortos, sendo 115 traficantes e quatro policiais.

Confira vídeo dos relatos

(Sob supervisão de Alex Araújo)

Leia também

Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.
Izabella Gomes é estudante de Jornalismo na PUC Minas e estagiária na Itatiaia. Atua como repórter no jornalismo digital, com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo.
Formado em Jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Marcello atuou na assessoria de imprensa do Conselho Regional de Psicologia. Atualmente, é editor da equipe de redes sociais da Itatiaia. Atento às novidades, Marcello é um entusiasta das tecnologias e apaixonado por redes sociais.