O diretor de Administração e Finanças da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), Helger Marra Lopes, afirmou que a imposição de sigilo a 13 documentos da estatal no mesmo dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou
Lopes foi entrevistado no Itatiaia Agora desta quarta-feira (15) e falou sobre a recente polêmica envolvendo a
No mesmo dia em que as informações entraram sob sigilo, o governo federal mudou regras relativas aos prazos do Propag e também sobre a avaliação dos ativos que os estados podem envolver para abater seus débitos com a União.
A mudança vinda de Brasília retirou do
Entre os documentos colocados sob sigilo estavam relatórios dos
À Itatiaia, o diretor da Codemig defendeu o sigilo como uma arma estratégia nas negociações de renovação do vínculo com a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), parceira da estatal na exploração de nióbio na região de Araxá, no Triângulo Mineiro. O contrato atual se encerra em 2032.
“Essa grana é nossa, da sociedade mineira. Por isso precisamos ter essas informações sob sigilo. Se abrirmos essas informações, essa grana será menor. Isso eu posso afirmar. Se abrirmos isso tudo agora, vamos perder dinheiro. Falando agora com meu CPF, se abrirmos agora vamos ter uma renovação pior”, afirmou.
A Codemig no Propag
Na estratégia de privatizar ou federalizar ativos para permitir a amortização da dívida com a União, hoje avaliada em R$ 170 bilhões, a Codemig tem lugar de destaque. A empresa responsável pela gestão dos direitos de exploração de nióbio no estado é um dos ativos apontados pela oposição e até mesmo pela presidência da Casa como valiosa o suficiente para os objetivos de adesão ao Propag.
O Propag permite que estados dividam suas dívidas com a União em até 30 anos e estabelece mecanismos para a redução dos juros cobrados sobre as parcelas. O prêmio hoje é calculado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais 4º do estoque devido ao ano.
Para reduzir os juros em dois pontos percentuais, Minas planeja amortizar ao menos 20% do estoque da dívida, valor calculado em cerca de R$ 34 bilhões. Para tanto, a estratégia do Executivo Estadual é aprovar na Assembleia Legislativa (ALMG) a autorização para a alienação de ativos.
Entre os deputados, vigora a linha de que a Codemig sozinha já atingiria a marca dos 20% do estoque da dívida. Nessa argumentação, apenas a federalização da companhia — já autorizada pela Assembleia — já seria o suficiente e a empreitada pela privatização de outras empresas como a Copasa e a venda de imóveis do estado não seria necessária.
A imposição de sigilo sobre documentos da Codemig gerou suspeitas de que o Governo de Minas estaria escondendo o valor da companhia para não inviabilizar os projetos de venda de outros ativos que integram a agenda privatista do Governo Zema.