O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cumpriu uma de suas promessas de campanha em 2025: focar na agenda internacional para recuperar a reputação no exterior que, segundo o governo atual, foi descredibilizada durante o mandato do antecessor, Jair Bolsonaro.
Nos últimos doze meses, o presidente realizou viagens a mais de 20 países, incluindo destinos estratégicos como China, Rússia, Japão, Vietnã, Uruguai, Vaticano, Honduras e participação em encontros multilaterais no Canadá (G7), África do Sul (G20), e Nova York (ONU).
Lula também esteve na Malásia para a reunião da ASEAN e liderou importantes reuniões de blocos como a Celac e os BRICS.
Trump, EUA e o ‘Tarifaço’
Uma das maiores polêmicas da diplomacia brasileira em 2025 foi
O governo norte-americano associou as sobretaxas
Lula respondeu aos EUA criticando as tarifas como “políticas e ilógicas”, e manteve o discurso de que protegeria
O país recorreu à Organização Mundial do Comércio (OMC) e implementou o plano “Soberania Brasil”, que liberou bilhões em créditos e medidas de apoio a exportadores afetados pelo aumento tarifário.
Apesar das tensões, houve também tentativas de reaproximação: o presidente brasileiro e Trump
Janja da Silva e polêmicas
A primeira-dama também esteve presente em agendas internacionais com Lula, participando de eventos diplomáticos e culturais ligados à política externa.
Sua presença, em algumas ocasiões, levantou debates na mídia sobre o papel institucional do cargo de primeira-dama, sobretudo em visitas oficiais e eventos culturais no exterior, entre elogios por ampliar a visibilidade das questões sociais e críticas por suposto protagonismo.
- Episódio na China: A polêmica envolvendo a primeira-dama Janja ocorreu em 13 de maio de 2025, durante um jantar oficial entre o presidente Lula e o presidente da China, Xi Jinping, em Pequim, quando ela pediu a palavra fora do protocolo para comentar preocupações sobre o TikTok, plataforma chinesa,
e citou os impactos da rede sobre crianças, mulheres e o avanço de conteúdos extremistas no Brasil .
A intervenção, considerada atípica em um encontro diplomático, causou uma série de críticas da oposição e debate sobre quebra de protocolo, após o episódio vazar para a imprensa.
Lula saiu em defesa da mulher, e falou que o tema havia sido levantado por ele. O presidente também criticou o vazamento de uma conversa que deveria ser reservada.
COP 30 ‘pegou fogo’
Em novembro, o Brasil sediou a COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, em Belém (PA), um dos maiores eventos internacionais de 2025.
Lula inaugurou a conferência com um discurso em que alertou para os atrasos na implementação do Acordo de Paris e criticou como “as rivalidades estratégicas e conflitos desviam atenção dos objetivos climáticos”.
O evento reuniu mais de 60 chefes de Estado e governo, consolidando o papel do Brasil e culminou na aprovação de medidas focadas em tecnologia, adaptação e transição energética, embora tenha havido críticas internas e externas sobre a ambição e eficácia de algumas das propostas finais.
- Literalmente, fogo: A COP também foi marcada por um episódio simbólico de constrangimento para o Brasil,
após um incêndio atingir um estande do evento, provocando evacuação parcial da área e repercussão internacional . Embora o fogo tenha sido controlado rapidamente e sem feridos, o episódio ganhou leitura política ao acontecer em meio ao debate global sobre queimadas. Ficou feio para o presidente.