Goiás e Sergipe recebem autorização do governo federal para adesão ao Propag

Estados receberam aval do Ministério da Fazenda para ingressar no programa; Minas Gerais pode ser o próximo a confirmar adesão

Ministério da Fazenda refez os cálculos sobre o PIB do Brasil em 2023

O governo federal autorizou nesta semana que os estados de Goiás e Sergipe ingressem no Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).

Os dois estados foram os primeiros a receberem o aval da União para participar do programa que renegocia suas dívidas. Sergipe tem uma dívida de R$ 5,2 bilhões e Goiás tem uma dívida de R$ 27,5 bilhões.

Minas Gerais também está em processo para aderir ao Propag e já recebeu o aval do governo federal para ingressar no programa.

Na segunda-feira (22), um despacho da Presidência da República autorizou o fim do Regime Fiscal de Recuperação (RRF) de Minas Gerais após a oficialização da adesão do estado ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que deve acontecer nos próximos meses.

Em nota, o Ministério da Fazenda informou que “outros critérios referentes ao Propag ainda estão em negociação entre União e governo do estado de Minas Gerais”.

Negociação entre Congresso e União

O Propag foi estabelecido via Projeto de Lei Complementar assinado pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), aprovado no Congresso em dezembro de 2024, sancionado por Lula em janeiro e regulamentado em abril.

O programa determina o parcelamento do pagamento da dívida em 30 anos e estabelece mecanismos para reduzir os juros cobrados mensalmente. Hoje, o valor é indexado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — que determina a inflação — mais 4% ao ano.

Exigências do Propag

O Propag foi criado a partir das dificuldades encontradas pelo governador Romeu Zema (Novo) em aprovar a adesão de Minas Gerais ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) na Assembleia Legislativa (ALMG). Principal pauta do Executivo Estadual para lidar com a situação da bilionária dívida com a União, a medida foi considerada excessivamente austera pelos parlamentares e não caminhou na Casa.

O programa prevê a criação de condições para que os estados endividados com a União consigam parcelar o pagamento do débito em até 30 anos. Neste contexto, o Propag estabelece mecanismos para a redução dos juros cobrados sobre as parcelas, hoje calculados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — que estabelece a inflação — mais 4% do estoque da dívida ao ano.

O ingresso no Propag deve ser decidido pelos estados até o fim deste ano e pode ser feito em diferentes modelagens, todas elas com a possibilidade da redução dos juros reais com a eliminação dos quatro pontos percentuais cobrados além da inflação.

O modelo escolhido pelo governo mineiro e em discussão com um pacote com mais de uma dezena de projetos enviados à Assembleia prevê a redução de dois pontos percentuais a partir do abatimento de ao menos 20% do estoque da dívida. Hoje, Minas deve cerca de R$ 175 bilhões à União e, portanto, precisaria pagar R$ 35 bilhões para atingir seu objetivo.

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Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.
Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.

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