Bertha Maakaroun | Mudanças no comando do União em Minas

Candidatura de Flávio Bolsonaro e reaproximação da legenda com o governo Lula tendem a impulsionar Álvaro Damião no comando do partido

Damião ganha força para ter protagonismo no comando do União em MG

A confirmação da candidatura à Presidência da República do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) vai forçar um reposicionamento político em relação ao governo Lula do Centrão e aliados tradicionais de Jair Bolsonaro, que apoiavam abertamente o nome de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para concorrer nesse campo político.

No plano nacional, o União Brasil, que vai se federar ao PP, já iniciou uma reaproximação com o governo Lula: indicou Gustavo Feliciano para o Ministério do Turismo. Como parte da legenda se mantém antipetista e antilulista, Ronaldo Caiado poderá ser confirmado candidato ao Planalto e, em cada estado o partido se organizará segundo as conveniências políticas locais.

A tendência é de que o PP siga na mesma linha, assim como o MDB e o Republicanos. O PSD segue com a candidatura de Ratinho Júnior do Paraná, se equilibrando em acordos que vão manter a característica da legenda que hoje está na base política de Romeu Zema, na base de Lula e na base de Tarcísio de Freitas.

Em Minas Gerais, há um grupo político que se respalda em articulações de Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, para uma composição de Romeu Zema como vice na chapa presidencial de Flávio Bolsonaro. Mas, talvez a família prefira um perfil militar para a posição, assim como ocorreu nas duas chapas de Jair Bolsonaro em 2018 e em 2022.

Zema também tem por opções tentar uma composição na chapa de Ratinho Junior. E poderá sempre seguir com o seu nome da disputa nacional, como quer o Novo, para tentar impulsionar as candidaturas da legenda à Câmara dos Deputados.

Na disputa à sucessão mineira, a reaproximação do União com o governo Lula tende a promover alterações no comando da legenda, com o prefeito Álvaro Damião (União) assumindo protagonismo na condução do partido. A se confirmar esse movimento, o União tenderá a ser uma legenda amigável a nomes potenciais para o governo de Minas, como o senador Rodrigo Pacheco (PSD), - que neste momento não está inclinado a concorrer -, entre outros que se colocam na disputa, como Jarbas Soares, ex-procurador de Justiça e Luís Eduardo Falcão, presidente da Associação Mineira dos Municípios (AMM).

Leia também

Jornalista, doutora em Ciência Política e pesquisadora

A opinião deste artigo é do articulista e não reflete, necessariamente, a posição da Itatiaia.

Ouvindo...