Damião diz que diálogo com a Copasa ‘se intensificou’, mas cobra ‘promessas’ para BH

O prefeito afirmou que, independentemente da privatização da estatal, a companhia ainda tem pendências a serem resolvidas com o município, entre elas a Lagoa da Pampulha

Álvaro Damião (União Brasil), prefeito de BH.

O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), afirmou que as conversas do município com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) “se intensificaram” nos últimos dias.

No mês passado, em meio à tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do governador Romeu Zema (Novo) — que retira a obrigatoriedade de plebiscito para a venda da estatal avançar na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) —, Damião havia cobrado mais diálogo por parte da companhia.

Em entrevista coletiva no dia 29 de outubro, o prefeito afirmou que a capital mineira, maior “cliente” da Copasa, queria soluções e, caso contrário, o contrato, que se encerra em 2032, não seria renovado. “O que quero é que a Copasa e o governo de Minas entendam que não existe Copasa sem Belo Horizonte. Se quer vender a Copasa, converse com Belo Horizonte”, disse o prefeito à época.

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Nesta segunda-feira (10), no entanto, Damião sinalizou que o diálogo com a estatal melhorou. “Nos últimos dias, intensificamos ainda mais as conversas, porque queremos resolver os problemas da cidade. Nós estamos aqui para falar de BH. Sobre a privatização da Copasa, isso é o governo de Minas que tem que responder”, afirmou.

O prefeito voltou a destacar a importância da capital mineira para a companhia de abastecimento — atualmente, Belo Horizonte representa cerca de 40% dos lucros da Copasa. “Tenho certeza absoluta de que a Copasa também já entendeu que a Copasa com BH é uma e sem BH é outra. Para atender aos anseios da capital, é preciso cobrar que as coisas prometidas aqui sejam cumpridas.”

Como exemplo, Damião citou a perfuração de ruas sem o devido recapeamento asfáltico, que ele alega ser responsabilidade da companhia, além de contas de água que a capital pagaria por outros municípios e a situação da Lagoa da Pampulha.

Segundo o Executivo, o mau cheiro em alguns trechos do espelho d’água é causado por esgoto — cuja responsabilidade é da Copasa. “Vamos ficar discutindo isso até quando?”, questionou o prefeito.

Parte dos vereadores pedem plebiscito em BH

Após a aprovação, em segundo turno, da PEC que elimina a consulta popular sobre a venda da Copasa, vereadores protocolaram, na última semana, um PL que busca garantir que, ao menos, a capital seja consultada sobre a privatização.

A proposta, assinada por parlamentares do PT e do PSOL na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), justifica que a gestão do saneamento básico é de responsabilidade do município, conforme estipulado no contrato firmado com a Copasa em 2002, vigente até 2032.

Segundo o vereador Bruno Pedralva (PT), o contrato abre uma brecha para que os termos possam ser rompidos em caso de privatização da companhia.

A intenção é que o plebiscito, se aprovado, ocorra junto com as eleições de 2026, o que atrasaria os planos do governo estadual.

Agenda do prefeito

As declarações de Damião foram dadas durante o primeiro dia do programa Trilhas de Aprendizagem – Compras Públicas, voltado a servidores da PBH.

O curso, com duração de um ano, teve como palestra de abertura o ministro Antônio Anastasia, do Tribunal de Contas da União (TCU).

O objetivo do programa é qualificar servidores que atuam com contratos e licitações do município.

Graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já foi produtora de programas da grade e repórter da Central de Trânsito Itatiaia Emive.

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