Governador do Pará diz que espera Trump com tacacá na COP 30 após críticas à avenida

Presidente dos EUA criticou construção da avenida Liberdade na Região Metropolitana de Belém; COP 30 começou nesta segunda-feira (10) sem a presença de Trump

Presidente dos EUA criticou a construção da rodovia Liberdade, na Região Metropolitana de Belém

Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticar a construção da Avenida Liberdade, na Região Metropolitana de Belém, no Pará, o governador do estado, Helder Barbalho, convidou o mandatário americano para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30) e disse que o espera com um tacacá.

As declarações foram feitas por redes sociais no domingo (9), às vésperas da abertura oficial da conferência pelo clima. Na data, Trump disse na plataforma Truth Social que “devastaram a Floresta Amazônica do Brasil para construir uma rodovia de quatro faixas para ambientalistas.”

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De acordo com o americano, isso seria “um grande escândalo”. O governo dos Estados Unidos não enviou nenhuma autoridade de alto nível para a COP 30. Em resposta à fala de Donald Trump, Barbalho disse na rede social X, antigo Twitter, que “em vez de falar de estradas, o presidente norte-americano deveria apontar caminhos contra as mudanças climáticas.”

Ainda na mensagem, o governador do Pará disse que Trump “poderia celebrar a redução histórica no desmatamento da Amazônia - com destaque para o estado do Pará, que obteve o seu melhor resultado”, escreveu. “Ou, no mínimo, seguir o exemplo do Governo do Brasil e investir mais de US$ 1 bilhão para salvar florestas no mundo”, continuou.

Por fim, Barbalho disse para Trump que “ainda dá tempo de passar na COP 30.” E finalizou: “esperamos você com um tacacá. É melhor agir do que postar.” Fontes do governo do Pará ouvidas pela CNN Brasil disseram que a rodovia pode ser considerada “verde” por ter cumprido toda a legislação ambiental.

Uma nota oficial divulgada pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seinfra) reforça essa ideia. De acordo com o comunicado, “o projeto da Avenida Liberdade segue um linhão de energia, onde a vegetação já havia sido suprimida, reduzindo o tempo de deslocamento e evitando a emissão de 17,7 mil toneladas de CO₂ por ano”.

Avenida Liberdade

Com cerca de 14 km, a Avenida Liberdade liga Belém a outros cinco municípios da região Metropolitana, em um curso paralelo à BR-116. O empreendimento teve como principal objetivo justamente desafogar o trânsito na rodovia.

Documentos públicos com projetos referentes a rodovia datam de 2020, ou seja, anterior à decisão da Organização das Nações Unidas (ONU) de realizar o evento em Belém. À CNN, autoridades do Pará disseram que a avenida, por seguir o trajeto de um linhão de transmissão de energia, dispensou o desmatamento de área nativa.

A informação é de que cerca de 20% do percurso foi desmatado, mas se tratava de vegetação secundária e já antropizada. O termo é utilizado para designar áreas previamente alteradas por atividade humana.

(Sob supervisão de Edu Oliveira)

Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas

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