Presidente da COP 30 apela por consenso para fechar acordo final

Países de peso na Conferência rejeitam fechar o acordo se não houver um caminho para o fim do uso de combustíveis fósseis

Presidente da COP, André Corrêa do Lago pediu consenso entre os países

O presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas para as Mudanças do Clima (COP 30), André Corrêa do Lago, fez um apelo para que os países encontrem um consenso e fechem um acordo na reta final das negociações. Nesta sexta-feira (21), os rascunhos do documento final foram divulgados sem qualquer menção ao “mapa do caminho” para o fim dos combustíveis fósseis.

A proposta era uma das prioridades da presidência da COP e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas não houve consenso entre os países. Após críticas ao rascunho, Corrêa do Lago afirmou que “há obstáculos para colocar palavras em prática”, e reconheceu a dificuldade de chegar a um bom termo para todos.

“Nós nunca podemos esquecer que o mesmo consenso que às vezes nos exaspera — analistas, delegados, tantas pessoas — fortalece este regime. Temos que mostrar que esta é a COP em que o consenso é a força”, disse o embaixador.

O presidente da COP ainda pediu para que os países continuem acreditando no Acordo de Paris e no objetivo de reduzir as emissões de gases do efeito estufa. “Precisamos chegar a um acordo. Algumas das nossas prioridades podem não ser atendidas, mas temos uma presidência que reconhece a necessidade de aprovar algo que seja bom para todos”, afirmou.

Em teoria, a COP 30 deve se encerrar nesta sexta-feira (21). Porém, a organização da Conferência considera quase certo o adiamento para o final de semana, tendo em vista que as atividades foram prejudicadas pelo incêndio na chamada Blue Zone, no início da tarde desta quinta-feira (20).

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Pela noite, mais de 30 países se pronunciaram afirmando que não apoiam um texto final que deixe de fora o “mapa do caminho”. Delegações de países como França e Alemanha disseram que não podem apoiar um resultado que não preveja um caminho “ordenado e equitativo” para deixar os combustíveis fósseis.

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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