COP 30: indústria brasileira deve apostar na descarbonização e na economia circular

Último dia do evento sediado em Belém, na Região Norte, acontece nesta segunda-feira (17) e marca uma virada estratégica para a indústria nacional frente à crise climática

Compromisso com a descarbonização e a economia circular é horizonte de oportunidades para a indústria

A COP 30 começou na última terça-feira (11), em Belém, e projetou o país para o centro das discussões globais sobre inovação, transição energética e inclusão produtiva. O evento vai reunir em seu encerramento, secretários, empresários, investidores e gestores, com a participação do vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin na segunda-feira (17), quando será apresentada a Estratégia Nacional de Descarbonização da Indústria.

Descarbonização: urgência e oportunidade

No Pavilhão Brasil, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) lança na segunda-feira (17) a consulta pública sobre a Estratégia Nacional de Descarbonização da Indústria, envolvendo setores como vidro, alumínio, cimento e papel.

O movimento se alinha à meta da contribuição nacionalmente determinada ( NDC) do
Brasil ao Acordo de Paris de reduzir as emissões de carbono até 2035. Os novos caminhos exigem mudanças concretas: adaptação às exigências do mercado latino-americano e internacional, revisão de processos produtivos e acesso a linhas de crédito voltadas para sustentabilidade.

Economia circular e rastreabilidade: o futuro do resíduo

A sexta-feira (14) trouxe para o evento o lançamento da Plataforma Recircula Brasil, que inaugura um sistema de rastreabilidade de resíduos plásticos. Resumindo o espírito da circularidade: cada produto reciclado ganha trajetória, reduz custos e fortalece a imagem da indústria na sociedade.

Na quinta-feira (13), Pernambuco e Pará aderiram ao Sistema Nacional de Economia de Impacto (Simpacto), ampliando o ecossistema de parcerias e negócios orientados por propósitos sociais e ambientais.

O Portal Impacta Brasil conecta quem deseja investir e inovar de forma responsável, abrindo portas para crédito, mentoria e novas alianças. Para os pequenos industriais, trata-se de negociar em mesas onde colaboração supera competitividade clássica.

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NDC: metas, incentivos e ajustes

A NDC traçou uma rota obrigatória para o próximo ciclo industrial do país, com incentivos à bioeconomia, biocombustíveis e combustíveis limpos. Pequenas empresas devem ficar de olho nas consultas públicas e nos editais que foram lançados durante a semana da COP 30, aproveitando linhas de financiamento, redução de impostos e oportunidades de exportação em cadeias globais que privilegiam práticas ambientais certificadas. Veja algumas delas:

  • Recircula Brasil e o Portal Impacta Brasil: a participação traz benefícios como acesso a crédito verde, novos mercados e parcerias estratégicas
  • Investimento em rastreabilidade pode reduzir vulnerabilidades em contratos públicos e privados
  • Atentar para a agenda do MDIC pode significar acesso a mais linhas de financiamento, incentivos fiscais e integração em mercados exigentes até 2035.

Para o empresário que observou o movimento da COP 30 em Belém, fica clara uma mensagem: nenhum setor se transforma sozinho. O pacto de descarbonizar, circular e incluir depende do engajamento conjunto (técnico, político e humano) daqueles que veem na crise não o fim, mas o recomeço de um ciclo mais justo, inovador e promissor.

Amanda Alves é graduada, especialista e mestre em artes visuais pela UEMG e atua como consultora na área. Atualmente, cursa Jornalismo e escreve sobre Cultura e Indústria no portal da Itatiaia. Apaixonada por cultura pop, fotografia e cinema, Amanda é mãe do Joaquim.

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