Brasil quer exploração de petróleo para financiar matrizes renováveis, diz Randolfe

Senador afirma que proposta em tramitação no Congresso pode tratar do novo ‘fundo’ anunciado por Lula

Líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), afirmou que o objetivo do Brasil ao autorizar a exploração de petróleo na Margem Equatorial não é expandir o uso de combustíveis fósseis, mas financiar a transição para fontes de energia renovável.

Segundo Randolfe, há uma leitura “equivocada” sobre a posição do país. “Transição energética se faz com a matriz energética anterior, financiando a transição para matrizes energéticas novas. O Brasil não quer exploração em si; o Brasil quer exploração para poder financiar novas matrizes energéticas”, disse ele durante a COP 30, em Belém do Pará.

O senador destacou que o Brasil é referência mundial em energia limpa: cerca de 90% da matriz energética brasileira é composta por fontes renováveis. “O que queremos com a pesquisa e a eventual exploração é financiar a mudança da matriz energética no Brasil e no mundo”, falou.

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Randolfe explicou que a proposta de criação de um fundo de transição energética, mencionada na COP pelo presidente Lula, pode ser contemplada no Projeto de Lei 13 de 2024, que tramita no Senado.

O texto prevê que 20% dos royalties da exploração de petróleo na Margem Equatorial sejam destinados a projetos de reflorestamento da Amazônia e à redução de emissões de CO₂.

Outra parte dos recursos, segundo o parlamentar, deve apoiar comunidades tradicionais da região amazônica, incluindo povos indígenas. “A Conferência do Clima não é apenas sobre a floresta, mas também sobre quem vive nela. São cerca de 50 milhões de pessoas, entre elas 400 povos indígenas. As políticas precisam alcançar esses povos”, afirmou ele.

Randolfe disse ainda que o projeto pode servir de base para o fundo anunciado por Lula e que, portanto, não seria necessário criar um novo instrumento legislativo. “Esse projeto pode, no debate, inclusive dar conta desse fundo”, concluiu.

Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.
Jornalista com trajetória na cobertura dos Três Poderes. Formada pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), atuou como editora de política nos jornais O Tempo e Poder360. Atualmente, é coordenadora de conteúdo na Itatiaia na capital federal.

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