Lula diz que COP foi um ‘sucesso’, mas reconhece polêmica do fim dos combustíveis fósseis

Proposta do presidente para acabar com a dependência dos combustíveis poluentes não foi incluída no texto final da COP

Presidente participou de coletiva de imprensa após a reunião do G20 em Joanesburgo, na África do Sul

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliou que a 30ª Conferência das Nações Unidas para a Mudança Climática (COP 30), em Belém, no Pará, foi um “sucesso extraordinário”. Em entrevista coletiva direto da cúpula do G20 neste domingo (23), em Joanesburgo, na África do Sul, o petista se disse satisfeito com o evento, mesmo após seu plano para o fim gradual dos combustíveis fósseis não ter entrado no acordo final.

“Quando nós introduzimos a discussão sobre o Mapa do Caminho (para o fim do uso de combustíveis fósseis, sabíamos que era um tema polêmico. O que conseguimos foi começar um debate sobre uma coisa que todo mundo sabe que vai ter que acontecer. Se é verdade que os combustíveis fósseis são responsáveis por mais de 80% da emissão de gás de efeito estufa, é verdade que precisamos dar solução nisso”, disse Lula.

A COP 30, que deveria ter acabado na sexta-feira, acabou neste sábado (22) após duas semanas de negociação. A dificuldade em fechar um acordo fez com que os negociadores estendessem os trabalhos até a madrugada e as plenárias finais ocorressem pela manhã.

O acordo celebrado entre os países garante o financiamento dos países com florestas tropicais e mais vulneráveis às mudanças climáticas, mas não houve menção ao Mapa do Caminho proposto por Lula. Alguns participantes ficaram insatisfeitos com o resultado, e a Colômbia, por exemplo, afirmou que vai marcar uma conferência sobre o assunto em 2026.

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Segundo Lula, cada país precisa dar sua contribuição para o caminho longe dos combustíveis poluentes. “No caso do Brasil, estamos dando melhor que em qualquer outro país, com a introdução de 15% de biodiesel no óleo diesel e 30% de etanol na gasolina”, afirmou.

“Outros países podem fazer isso. Por exemplo, o continente africano, que precisa se desenvolver e gerar emprego, pode ser grande produtor dessa matéria-prima para exportar aos países que não têm onde plantar, como a União Europeia. Então o que colocamos é o seguinte: é possível”, completou o presidente.

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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