Alto custo da energia elétrica reduz competitividade da indústria brasileira

Setor responde por mais de 30% do consumo nacional, mas tarifas e tributos elevam preços e reduzem o potencial exportador

Alto custo da energia elétrica reduz competitividade do Brasil

No Brasil, a indústria responde por mais de 31% do consumo final de energia. Se somado o uso no transporte, incluído na mesma categoria, o total chega a quase 65%. Os dados são da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), divulgados neste ano.

O alto custo da energia no país, que inclui tributos, subsídios e impostos, reduz a competitividade do Brasil em relação a outras economias. Ao defender mais clareza nas cobranças, o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe, também aponta um caminho: segundo ele, os chamados “penduricalhos” na conta de luz deveriam ser incorporados em um único imposto. Roscoe afirma ainda que o “custo Brasil” impede o avanço das exportações.

“O Brasil poderia ser uma potência na exportação de produtos industrializados; só não é porque nós mesmos impedimos que isso aconteça. Poderíamos ser muito mais competitivos. Hoje todo mundo se preocupa, por exemplo, com a China, uma matriz extremamente competitiva, sem nenhum custo, aliás, com subsídios”, afirma Roscoe.

“Aqui nós temos o custo Brasil. Precisamos acabar com o custo Brasil criado pelos brasileiros. E pegar todos esses penduricalhos que existem no combustível, na gasolina, na mão de obra, todos os encargos da folha, que nenhum produto importado paga, só quem produz aqui no Brasil paga. Tinha que transformar isso tudo em um imposto único, que seria alto, para mostrar à sociedade: você não está pagando só 9% de PIS/Cofins e 18% de ICMS. Essa conta da indústria acaba parando no bolso do consumidor”, explica.

Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Comercializadores de Energia (Abraceel), Rodrigo Ferreira, o impacto no custo da energia para a indústria também chega ao consumidor final.

“A energia é o motor da indústria e da sociedade como um todo. Ela se reflete no preço de todos os produtos, já que grande parte do custo é com energia elétrica. A indústria de Minas Gerais, uma grande produtora de minério no Brasil, depende totalmente da energia elétrica, é o que faz a diferença entre ser ou não competitivo”, afirma.

Em Minas Gerais, a indústria da mineração é uma das maiores consumidoras de energia. O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) vai apresentar, na COP 30, no Pará, um plano para aumentar em 15% o uso de energia renovável.

O presidente da Vale, Gustavo Pimenta, afirma que a transição energética no setor já é uma realidade.

“A descarbonização de todas as indústrias é um desafio, talvez um dos maiores da nossa geração, reduzir a pegada de carbono. E a Vale está muito focada nos minerais que auxiliam nesse processo: o minério de ferro de alto teor, o cobre, o níquel. Somos o maior produtor de níquel do mundo ocidental.

Essa pauta é muito importante para nós. E, junto com ela, estamos também empenhados na descarbonização das nossas próprias operações. Os investimentos em energia renovável ao longo desses anos permitiram, por exemplo, que, do ponto de vista do escopo 2, uma das várias categorias de emissões, já alcançássemos a neutralidade. Estamos alavancando o potencial renovável do Brasil nesse sentido”, detalha.

Gustavo Pimenta, presidente da Vale

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Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.
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