A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG) criticou nesta segunda-feira (10) o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e outros parlamentares que se opõem à inclusão da educação climática no
Xakriabá afirmou que os colegas de Congresso, contrários ao tema, agem como “negacionistas climáticos”.
A parlamentar defendeu que o ensino sobre meio ambiente e mudanças climáticas é crucial para a pauta escolar. “A vacina para enfrentar a crise climática é a transformação pela educação. É impossível pensar a questão climática sem um processo educacional”, declarou ela à Itatiaia na
Segundo Xakriabá, parte das emendas que tratam de educação climática e financiamento de escolas indígenas enfrentou resistência durante a tramitação do PNE. “Nós ajudamos no texto da emenda, mas parlamentares como o Nikolas estão dizendo que educação climática é uma questão ideológica, como se fosse doutrinação”, disse ela.
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A deputada lembrou que recentemente foi aprovado na Comissão de Educação um projeto que reconhece territórios indígenas e comunidades tradicionais como escolas climáticas, o que, segundo ela, é um avanço no reconhecimento da relação entre povos originários e o meio ambiente.
Sem Mulher Não Tem Clima
Xakriabá também destacou o projeto “Sem Mulher Não Tem Clima”, de sua autoria, que prevê o mapeamento da violência de gênero relacionada a desastres ambientais e crises climáticas.
“Quando chega megaprojeto, chega megaviolência. Na Bacia do Rio Doce, por exemplo, as mulheres em situação de violência sofreram muito mais abandono afetivo”, falou.
A parlamentar afirmou que a proposta busca incluir, nos relatórios do Ministério das Mulheres, dados sobre violência climática com recorte de gênero, algo inédito na legislação brasileira. Para ela, o debate sobre gênero e clima deve ser acompanhado de investimentos concretos.
“Durante o processo do BRICS, propusemos ao presidente Lula que 5% dos recursos destinados à agenda militar fossem voltados para ações de gênero e clima. É impossível pautar essa questão sem financiamento”, disse.
“Estamos mobilizando. Pode ser um texto mais moderado, mas não vamos abrir mão. O PNE é um plano recivilizatório, e ignorar a crise climática é ignorar a realidade do século XXI”, concluiu.