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Coordenador do MBL critica cronograma de Zema para privatização da Copasa

Renato Battista, no entanto, afirma que se o estado fará uma ‘boa escolha’ se o modelo de privatização da estatal mineira seguir o mesmo modelo da Sebasp

O coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL) e suplente na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), Renato Battista, criticou o cronograma do governador Romeu Zema (Novo) para propor a privatização da Copasa em Minas Gerais. “A única coisa que me estranha é que o governador Zema teve mais de sete anos para tratar deste tema, mas só está resolvendo fazer isso agora, perto do fim do mandato”, disse em entrevista ao Palavra Aberta, da Itatiaia, neste sábado (25).

De acordo com ele, o governador, que é pré-candidato à Presidência da República, deveria ter realizado um estudo prévio que apontasse os resultados efetivos da privatização da companhia para o estado.

Em São Paulo, antes de privatizar a Sabesp, companhia de saneamento e abastecimento de água, o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) contratou os serviços da International Finance Corporation (IFC), instituição membro do Grupo Banco Mundial, responsável pelo estudo técnico que deu parecer favorável à desestatização da empresa pública.

A oposição de Romeu Zema na Assembleia Legislativa de Minas (ALMG) também critica a “pressa” do governador em vender a estatal. Sem interesse do governo Lula (PT) na federalização da companhia, o Executivo mineiro tenta vendê-la para o setor privado.

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Na madrugada de sexta-feira (24), os parlamentares aprovaram, por maioria, em primeiro turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/23, que determina o fim do referendo popular para a privatização da Copasa.

Apesar das críticas ao governador Zema, Battista é um dos defensores da privatização da Sabesp. Ele afirma que existem privatizações que “são malfeitas” e que apresentam “resultados ruins”, mas que esse não é o caso da companhia paulista. “Foi um modelo muito bem feito de follow-on, com venda de ações, modelo de Golden Share, em que o estado detém o poder de veto sobre decisões estratégicas”, justificou.

A Sabesp encerrou o segundo trimestre com um salto no lucro líquido. A maior empresa de saneamento da América Latina teve lucro líquido ajustado de R$ 1,96 bilhão, avanço de cerca de 64% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando ainda era administrada pelo governo de São Paulo.

O quadro de funcionários, no entanto, caiu de 10.214 para 9.190 após um programa de demissão voluntária, segundo informe da Sabesp.

A empresa também recebeu uma multa milionária de R$ 23 milhões após um vazamento de esgoto em uma estação elevatória, que atingiu o Rio Pinheiros.

Mesmo com os problemas, o integrante do MBL afirmou que “se Minas for nessa decisão [de privatizar] e nessa direção, estará fazendo uma boa escolha”.

Com a aprovação do fim do referendo, a Copasa fica mais próxima da privatização. A proposta, que recebeu 52 votos a favor e 18 contrários, ainda precisa passar por uma segunda votação no Plenário para ser aprovada de forma definitiva.

A intenção do governo Zema é utilizar os recursos provenientes da federalização ou da venda da Copasa para abater parte da dívida de Minas com a União, estimada em R$ 173,8 bilhões.

Graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já foi produtora de programas da grade e repórter da Central de Trânsito Itatiaia Emive.
Correspondente da Rádio Itatiaia em São Paulo. Ingressou na emissora em 2023. Começou no rádio comunitário aos 14 anos. Graduou-se em jornalismo pela PUC Minas. No rádio, teve passagens pela Alvorada FM, BandNews FM e CBN, no Grupo Globo. Na Band, ocupou vários cargos até chegar às funções de âncora e coordenador de redação na Band News FM BH. Na televisão, participava diariamente da TV Band Minas e do Band News TV. Em 2023, foi reconhecido como um dos 30 jornalistas mais premiados do Brasil.