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Zema detalha plano para privatização de Copasa e Cemig em 2025

Governador e equipe econômica detalharam proposta para privatizações de estatais mineiras no próximo ano

O governador Romeu Zema (Novo) detalhou nesta sexta-feira (13) o plano do Executivo estadual para a privatização de Cemig e Copasa para 2025.

Em café da manhã com jornalistas, Zema comemorou a valorização das duas estatais, mas afirmou que as interferências do poder público impede que as empresas tenham resultados melhores.

“Desde que fui eleito, já tivemos uma mudança na perspectiva de valor dessas empresas. A Copasa mais do que dobrou de valor e a Cemig triplicou de valor. Elas, agora, recebem tratamento técnico e não político”, afirmou Zema.

Segundo o governador, o plano do estado é manter uma parte das ações da Cemig, mas sem a ingerência do estado na gestão da empresa. Caso o processo de federalização avance, esse percentual pode ser transferido para a União em troca do abatimento da dívida de Minas e da redução do indexador de juros da dívida.

“Nós queremos vender a empresa? Não precisa vender a empresa. Se o estado parar de mandar lá eu já fico satisfeito. Porque as barbaridades do passado vão parar de ser cometidas. O estado continua acionista, tem lá 17%, mas deixa de ter o poder de controlar a empresa, ela se transforma em uma corporation. Ela vai valorizar mais ainda no mercado, vai melhorar a governança e, se amanhã o governo federal falar que tem interesse neste ativo, o governo do estado transfere os ativos para o governo federal”, afirmou Zema.

Os secretários de Governo, Gustavo Valadares; de Planejamento, Luisa Barreto; e de Fazenda, Luiz Cláudio Gomes, participaram do evento organizado pelo governo de MG nesta sexta-feira.

Estratégia na ALMG

Coube ao secretário Gustavo Valadares detalhar a estratégia do governo Zema para avançar com os dois projetos na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Segundo Valadares, hoje existe uma “descrença” de que os projetos avancem. No entanto, quando os projetos começarem a tramitar no parlamento mineiro - junto com uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê o fim da exigência de referendo para validar as privatizações - a situação vai mudar.

“Algumas pessoas estão tratando com certa descrença esses projetos na ALMG. Além dos dois que autorizam a corporação, no caso da Cemig, e a privatização, no caso da Copasa. Nós temos na ALMG a proposta de emenda à Constituição que trata da mudança na obrigatoriedade do referendo. A relação entre Executivo e Legislativo tem mudado ao longo dos anos no Brasil. Nosso trabalho na ALMG é diário, projeto a projeto. Antigamente era diferente, eram enviados pacotes de projetos de uma só vez. Hoje, as coisas, até por um amadurecimento na relação, as discussões são feitas projeto a projeto”, disse Valadares.

Audiências públicas

O secretário aposta em uma ampla discussão do tema, por meio de audiências públicas e debates em todas as regiões do estado, para que os deputados e a população avaliem o que será melhor para o futuro das duas empresas estatais.

“Hoje, se você perguntar na ALMG, a maioria dos deputados pode estar descrente com a aprovação desses projetos. O que é normal, porque nós não começamos a tramitação ainda. Nós queremos buscar audiências públicas para discutir o tema. Não vamos nos furtar a discutir a condição das duas empresas e vamos demonstrar aos deputados e para a população de Minas que não há mais espaço para gestão do estado nessas duas empresas. Nossa construção com a ALMG vai começar no início da tramitação. Temos lá uma base, que tem nos dado vitórias na quase totalidade dos projetos que tramitam lá. Agora, esses dois projetos vão demandar mais trabalho e mais discussão, um trabalho de convencimento maior”, concluiu o secretário de Governo.

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Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.
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